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João Lourenço quer continuar a fazer bem aos outros

Novo vereador a tempo inteiro na Câmara da Chamusca assumiu os pelouros da Acção Social e da Educação

João Lourenço, eleito pela coligação PSD/CDS para o executivo da Câmara Municipal da Chamusca, foi o vereador escolhido para completar o grupo de três eleitos que vão trabalhar a tempo inteiro na autarquia. É o fiel da balança entre a CDU e o PS, que elegeram dois autarcas cada. Para conhecer mais um pouco o novo vereador, O MIRANTE foi ouvi-lo após a primeira acção pública depois de ter assumido pelouros.

Quando se candidatou já esperava este equilíbrio de forças no executivo da Câmara da Chamusca?É claro que não. As últimas situações foram sempre de maioria absoluta da CDU. Nestas eleições não esperava que houvesse tanto equilíbrio.Esperava ser chamado a desempenhar o papel de charneira no executivo, ou foi com surpresa que recebeu o convite para completar o trio de eleitos a tempo inteiro?Até agora não entendo que seja um papel de charneira. Contudo, já no meu programa eleitoral dava destaque à acção social, por isso aceito que o presidente tenha tido isso em conta quando me convidou.É conhecido pela obra que ajudou a fazer em Ulme, nomeadamente o Centro de Dia. Esta passagem pela vereação da câmara vai dar-lhe maior peso como dirigente associativo e permite-lhe a mesma actividade e intensidade em termos de intervenção cívica?A parte mais importante das funções que me foram atribuídas não é mais do que a continuação do trabalho que tenho ajudado a fazer, que é fazer bem aos outros. Quer dizer que foi um aproveitamento da sua experiência?Em parte sim. O meu passado pode ter sido um indicativo para o presidente da câmara me ter escolhido como vereador nestas funções. Por mim espero que essa experiência humana, do trabalho e do fazer possam ajudar a cumprir a minha missão.A sua participação no associativismo vai ser prejudicada?A dimensão e a responsabilidade do cargo que vou desempenhar são muito absorventes e obrigam a um certo distanciamento do trabalho que efectuava no dia a dia. Para já tive que sair da presidência do Centro de Dia de Ulme, onde estava há 19 anos. Mas fico com uma abrangência maior e com um mais aliciante contacto com outras realidades.Já se sente efectivamente um vereador da acção social?Tenho 28 horas de actividade como vereador da acção social, é natural que esteja a aprender. A vida toda é uma aprendizagem e é nessa perspectiva que estou a agarrar esta função. “A minha liberdade não está condicionada”Como é que decorreram as negociações para aceitar o cargo? Que contrapartidas foram dadas ao PSD?Não houve propriamente negociações, houve conversas entre pessoas. A decisão foi do presidente e penso que não houve nada mais do que o reconhecimento do meu perfil para esta área. Em relação ao PSD, eu não estava na comissão política e não sei se houve ou não contrapartidas.Vai ser um vereador descomprometido e a poder trabalhar conforme a sua consciência?Só sei trabalhar assim. Assumi sempre as minhas responsabilidades. Vou votar livremente sempre em prol do que acredite que seja vantajoso para a comunidade, mesmo que isso vá contra as ideias do partido. A minha liberdade não está condicionada.Tendo em conta que foi várias vezes candidato derrotado à Junta de Freguesia de Ulme, esta experiência como vereador da autarquia pode ser útil para futuras eleições.Não é para mim uma questão de tirar proveito. Mas com certeza que trabalhar nestas funções me dá uma maior experiência e há-de ficar alguma coisa para o futuro.Quais são os comentários na sua terra e na sua rua ao facto de ser vereador a tempo inteiro?O facto de ser vereador não me tornou mais conhecido. Ao longo dos últimos 19 anos trabalhei com outras pessoas para levar por diante o Centro de Dia de Ulme. Somos pioneiros na área da acção social nesta terra, que está no meu coração. Também ajudámos muita gente no exterior a atingir os seus objectivos. Ainda não há grandes comentários, mesmo as pessoas ainda não assimilaram o facto de ser vereador. Por coincidência, a vereadora com estes pelouros, a dra. Manuela Marques, também era de Ulme, por isso as pessoas parece que vêem esta situação como uma continuidade do seu trabalho, que foi muito bom.E a família como reagiu?A família por um lado ficou contente porque vê que nós estamos a fazer o caminho de continuar a servir as populações. Por outro lado, a disponibilidade que temos de ter no dia a dia mexe com a família, estamos muito mais afastados. E há uma grande diferença: os aniversários e festas vão ser mais escassos e o trabalho vai sobrar mais para a minha mulher e para a minha filha, que já ficaram à frente do escritório onde eu deixei de trabalhar. Mas apesar disso têm sido inexcedíveis no apoio à minha nova missão.Dentro do PSD a situação é pacífica?Penso que sim. Nesta altura estava fora da comissão concelhia. Foram eles que me convidaram para ser o candidato, a situação é normalíssima. Não senti que houvesse vozes discordantes em relação ao facto de vir a ser vereador a tempo inteiro.Conhece o dossier da fábrica de água instalada aqui em Ulme?Não muito concretamente. Foi uma situação que decorreu antes de eu ser eleito e ainda não tomei conhecimento do dossier. Contudo penso que foi uma excelente opção para a vila de Ulme. Qualquer unidade industrial que venha para a zona industrial e crie postos de trabalho é sempre bem vinda. E a fábrica da água é ainda uma mais valia porque não é uma unidade poluidora, está a aproveitar um recurso que está a ser esbanjado todo o dia, correndo pela ribeira.Sente que está à altura da missão que lhe foi atribuída?É evidente que não se vai para uma missão destas sem alguns receios. Mas tenho humildade suficiente para aprender com quem já lá anda há mais tempo. Não tenho a ideia de que já sei tudo. Há uma estrutura montada, que funciona muito bem, com grandes profissionais, que aliviam a pressão que podia vir a ter. É evidente que o trabalho que queremos fazer não é para um dia, é para uma legislatura. A minha opção é tentar melhorar em equipa, com os profissionais, as instituições e as próprias pessoas, que nunca devem estar excluídas. Como é o trabalho no executivo?Existe um grande espírito de entreajuda. Toda a gente está disposta a trabalhar sem limitações para o desenvolvimento do concelho e para o bem estar da população.

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