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Proteger, escoltar e vigiar é a missão de um segurança

Proteger, escoltar e vigiar é a missão de um segurança

Jorge Beindorf é segurança na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

A vocação chamou-o quando ainda era criança mas só aos 18 anos conseguiu seguir carreira como segurança. Protege e vigia os paços do concelho de Vila Franca de Xira e diz adorar a profissão.

O que faz um segurança à porta da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira? Vigia as entradas no edifício, indica os departamentos aos visitantes, atende telefonemas e reencaminha-os, serve de agente de dissuasão de alguém que se exalte depois de ser atendido pelos serviços e, em alguns casos, tem liberdade para escoltar um visitante importante dentro do edifício até aos gabinetes.Esta é a função de Jorge Beindorf, 23 anos, uma cara já conhecida dos vilafranquenses. É segurança de uma firma privada que presta serviços à câmara municipal e diz adorar a profissão, que começou a desempenhar logo que fez 18 anos. A profissão de segurança é bastante adaptável ao serviço que é necessário desempenhar, pelo que as tarefas do dia-a-dia de Jorge Beindorf poderão não ser semelhantes às de outros seguranças que terão tarefas acrescidas como, por exemplo, serem responsáveis por serviços de videovigilância em hipermercados. Jorge entra no edifício da câmara municipal por volta das 08h30. “Às 08h45 abro a porta, fico aqui numa secretária central, indico os departamentos às pessoas, tomo conta da segurança do edifício, tenho duas horas de almoço e saio às 19h30. Aí encerro as luzes, dou uma última vista de olhos para ver se está tudo bem e vou para casa”, refere a O MIRANTE. A profissão de segurança, nas palavras do nosso interlocutor, tem como principal objectivo “impedir que pessoas menos bem intencionadas venham para cá e tentar que, quando já cá estiverem, não causem distúrbios. Felizmente até hoje a única situação que houve foi há uns meses atrás com uns ciganos, mas não foi nada de alarmante”, recorda. Para ser segurança Jorge Beindorf não necessitou de nenhuma habilitação especial. Apenas um conjunto de testes psicotécnicos e de formação geral bastam. Segue-se aos testes iniciais uma formação de duas semanas sobre diversas matérias, como atentados bombistas, tácticas de defesa pessoal, como dialogar com as vítimas e como agir em situações de socorro. “Depois, claro, tive de fazer um teste com 100 perguntas para poder obter o meu cartão profissional, emitido pelo Ministério da Administração Interna. Depois é o normal estágio dos diferentes postos que uma pessoa possa ter dentro da profissão”, acrescenta. O segurança deixou de estudar aos 16 anos para agarrar de frente os negócios dos progenitores. “Tive de tomar conta do estabelecimento nocturno que era dos meus pais. Durante uns tempos fui o gerente porque a minha mãe ficou doente. Quando ela melhorou não me apeteceu seguir os estudos e pensei continuar a trabalhar”, conta. Através de um conhecido da família conseguiu entrar, aos 18 anos, numa firma de segurança que prestava serviços para o Jumbo de Alverca. “Depois pedi transferência para a FIL do Oriente, em Lisboa. Não cheguei a andar na faculdade, fiz apenas o 10º ano. E ser segurança foi sempre uma profissão que me fascinou”, refere.Apesar de ser considerada uma profissão de risco, Jorge considera-se tranquilo naquilo que faz e até hoje nunca sentiu na pele o calafrio do medo. “Vila Franca de Xira é uma cidade relativamente calma. Antes já era mais complicado, eu prestei serviço em Alverca, numa zona empresarial perto da Pifertubos, e aí as coisas eram bem diferentes, porque estive dois anos sozinho numa portaria que apenas tinha uma casota sem porta e duas cancelas...”, recorda. Como tantos outros profissionais do sector, Jorge Beindorf gostaria de ver publicada em Diário da República a tão esperada lei que permita a estes profissionais utilizar armas para defesa pessoal. “Hoje em dia somos quase os antigos porteiros, em termos de segurança pessoal não temos nenhuma. Acho que poderíamos ter a liberdade de usar armas não letais. Mas como essa é uma discussão que também mete sindicatos o mais provável é que a decisão ainda esteja para demorar”, conclui. Actualmente, e devido à crise, o profissional pensa em mudar de ramo. Ainda assim admite que o “bichinho” da segurança vai continuar consigo até morrer.
Proteger, escoltar e vigiar é a missão de um segurança

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