DEZ SORRISOS PARA 2010 | 06-01-2010 15:18

A arte é a paixão da vida de José Carlos Cardoso

A arte é a paixão da vida de José Carlos Cardoso
Sentado num cadeirão de couro na penumbra da “sua” galeria de arte em Torres Novas, José Carlos Cardoso medita na paixão da sua vida a arte e nos artistas que escolhem a “famosa Galeria Neupergama” para exporem e venderem as suas obras. Recebe o jornalista com um gesto de extrema simpatia e convida-o a olhar as obras de Álvaro Lapa ali expostas. Aconselha a olhar e a ver porque só assim se pode apreciar a arte.O ano de 2009 não lhe deixou muitas saudades. A famosa crise mundial também foi nefasta para a sua galeria. “Toda a gente cortou na cultura, por isso 2009 foi um ano difícil”.Enquanto nos conta o passado de trinta anos de galerista, José Carlos Cardoso vai falando dos grandes artistas que têm passado por ali. Cesariny, Bual, Lima de Freitas, Relógio e Martins Correia, entre outros, são nomes que lhe deixam saudades. “E me deram a sua amizade”.De vez em quando pára mais demoradamente frente a um desenho inédito exposto e diz que “é preciso apreciar bem esta obra”. Espera que 2010 traga mais apreciadores e compradores de arte à sua galeria. Mas garante que não espera nem deseja um aumento de artistas. “Os que tenho chegam, porque são bons e porque tenho consciência do espaço geográfico onde operamos”.Manter a Galeria Neupergama aberta há 30 anos é para José Carlos Cardoso uma teimosia. “Foi uma aposta, passou por um bom período e agora é mais uma teimosia”. Recorda por isso as décadas de 80 e 90, em que se apreciava mais as artes. “Governo, comunicação social e coleccionadores estavam irmanados na divulgação e compra de obras de arte, foi um época boa para todos nós”.Garante que não faz ideia de quanto custou a obra mais valiosa que comprou e vendeu. “A arte não se vê pelo preço de compra ou de venda. A arte olha-se interpreta-se e lê-se à nossa maneira”, diz com sentido crítico.Levanta-se do cadeirão para tirar uma foto, faz questão de colocar o cachecol branco em volta do pescoço. “Se não coloco o cachecol parece que fico mal vestido”. Antes da foto ainda pára para dizer que não abandona o espaço onde está instalada a galeria. “Foi aqui que me refinei como amante das artes, nada nem ninguém me faria sair daqui para outro lado”, garante.Não foi preciso esperar por 2010 para incutir o amor pela arte na sua filha. “Por ela era aqui que estava todos os dias, mas a paixão pela arte não resiste à vida privada. Tem que trabalhar para viver, a galeria não dava para isso”. O neto é ainda uma criança, tem apenas quatro anos, e garante que não lhe vai ensinar a ver arte. Porque como disse, “aprende-se arte a ver e a interpretar cada traço à nossa maneira”.Por tudo isto, José Carlos Cardoso deseja que o ano de 2010 traga muita saúde para todos e uma vida melhor. “Porque se estivermos bem de vida também estamos mais abertos a apreciar e a adquirir obras de arte”.

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