O médico e poeta Arquimedes da Silva Santos, residente na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, passou o final de ano no conforto do lar e diz que 2009 não vai deixar saudades. A poucos meses de completar 89 anos esta personalidade do concelho de Vila Franca de Xira ironiza dizendo que “comparado com a Segunda Guerra Mundial este último ano não foi mau”. Arquimedes da Silva Santos lamenta que 2009 tenha sido um ano “triste” e de grandes preocupações. “Do ponto de vista económico e social foi um ano de muitas dificuldades, acentuadas devido a complicações internacionais. Acho que devemos ficar preocupados ao ouvir as palavras do Presidente da República porque ele é a nossa grande referência. É obvio que o país está a atravessar uma fase complexa, em certos aspectos, sobretudo com uma crise de valores, cívicos, morais e de cultura”, desabafa a O MIRANTE. A idade já vai pesando e o médico não se sente confortável para sair com frequência, o que explica que não consiga manter-se atento a tudo o que se passa na Póvoa de Santa Iria e no concelho. “Por muito estranho que pareça estou alheio às coisas que se passam na Póvoa, excepto as festas de poesia que se fazem no grémio, do qual sou frequentador assíduo”, informa. Para este homem da poesia a melhor notícia de 2009 foi a do aniversário do Museu do Neo-Realismo e a variedade da programação do espaço cultural. “O museu é algo que vai distinguir para o futuro o concelho de Vila Franca de Xira e tem tido a nível nacional uma projecção com a qual já não se contava, apesar de estar inserido numa terra de província. E isso dá-me alguma esperança no surgimento de um novo fôlego cultural no concelho para o futuro”. Para o ano que agora começa Arquimedes Silva Santos deseja que as pessoas vivam a vida o melhor possível, sempre tendo em mente que “ela acaba sempre por ter um fim”.