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Projecto “Ofélia Clube” anunciado há dois anos em Abrantes ainda não passou do papel

Projecto “Ofélia Clube” anunciado há dois anos em Abrantes ainda não passou do papel

Período para o levantamento da licença de alvará de construção terminou no início de Dezembro

Câmara Municipal de Abrantes acredita que o negócio ainda se pode vir a concretizar.

A Unidade de Saúde e Bem-Estar/Complexo Médico-Social “Ofélia Club”, anunciada com pompa e circunstância pela Câmara de Abrantes no edifício Pirâmide a 30 de Setembro de 2008, corre o risco de nunca se concretizar. Trata-se de um investimento previsto de 60 milhões de euros e que iria criar 500 novos postos de trabalho, dinamizado pelo grupo “Portanice Investimentos Imobiliários Lda”, empresa do Grupo Existence. A operação de loteamento foi autorizada pelo município após ter sido sujeito a um período de consulta pública mas a obra, que estava prevista para arrancar em Novembro de 2008, não saiu do projecto de arquitectura. O mega-projecto anunciado estava vocacionado para acolher seniores, nomeadamente do norte da Europa, funcionando como residência assistida, disponibilizando também valências para o público nacional.De acordo com o apurado, o prazo para levantar a licença de alvará que permitia o arranque da obra na Encosta Norte não foi levantado dentro do prazo. “Efectivamente, o prazo expirou no início de Dezembro mas ainda não declaramos a sua caducidade”, explicou a O MIRANTE a presidente a Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS). Apesar deste incumprimento, a autarca diz que para já nada indica que o projecto não avance até porque, antes de o alvará ser efectivamente declarado caducado, o promotor é notificado dessa intenção pelos serviços, tendo dez dias para fazer o pedido de prolongamento dessa licença.Maria do Céu Albuquerque diz que não tem tido contactos com o promotor da obra, António Reis, que afirmou em Agosto à agência Lusa que o projecto ia avançar até ao final de 2009. “Por agora é só o que posso dizer em relação ao Ofélia Club”, sustentou, deixando no ar que ainda acredita ainda na viabilidade do mega projecto. “Foi tudo por água abaixo”“Foi tudo por água abaixo”, declara, por seu turno a O MIRANTE Jorge Dias, o construtor de Abrantes a quem foi prometido um negócio de 2,5 milhões de euros com a venda dos seus terrenos para a instalação do projecto. Uma ilusão que deixou de ter há muitos meses até porque há mais de um ano que o construtor não tem qualquer contacto com o promotor do negócio, avança o filho, que se solidarizou com o pai e deixou crescer a barba até que os negócios da família voltem ao rumo certo. “Para levantarem o alvará da obra tinham que me pagar. Era uma das condições do negócio”, explica Jorge Dias. O empresário abrantino diz que os terrenos nunca saíram da sua posse mas tem dificuldades em entender como é que um projecto que foi apresentado numa cerimónia pública, e com a câmara como intermediária, nunca tenha avançado.Jorge Dias revogou em Agosto a procuração que permitia aos responsáveis da empresa do “Grupo Existence” tratar os vários processos administrativos relacionados com a implementação deste complexo junto da autarquia. A carta que dava conta deste procedimento ao grupo “Portanice” veio devolvida pelos CTT. Sem ânimo, Jorge Dias anuncia que os terrenos que estavam anteriormente destinados à “Ofélia Clube” encontram-se agora à venda para outros projectos empresariais. A barba, que deixou crescer quando os negócios começaram a dar para o torto, continua a crescer até que alguém lhe apresente uma proposta credível. O MIRANTE procurou obter esclarecimentos junto dos promotores do investimento. Parco em palavras, António Guilhermino Reis, presidente do grupo Existence desvalorizou o facto do período para levantar o alvará da obra ter caducado em Dezembro e disse a O MIRANTE que o projecto vai seguir em frente. “As coisas estão a andar. Quando houver novidades comunicaremos”, sustentou.Prédio com água da rede pública ao fim de sete anosOs moradores do prédio que o construtor Jorge Dias vendeu na rua de Sant’Ana, na freguesia de São Vicente, em Abrantes e que se encontrava sem ligação de água há mais de sete anos, tal como noticiamos na edição de 20 de Agosto de 2008, já têm o problema resolvido. A autarquia sustentava na ocasião que ainda não tinha feito a ligação de água porque o proprietário moveu uma acção em tribunal contra a mesma sem desfecho conhecido. Mas, de acordo com o empresário, os contadores foram instalados e a água foi ligada ao ramal público no início de Outubro, por coincidência, uma semana antes das eleições autárquicas.
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