Jovem jogador romeno do União de Santarém está há dois anos para ser inscrito
Mãe de jovem de 13 anos aponta o dedo à Associação de Futebol, que diz cingir-se aos regulamentos e não ter recebido o processo em condições do clube. O União de Santarém garante que tem feito tudo para inscrever o jogador.
Um jogador romeno de 13 anos da União Desportiva de Santarém (UDS) está há duas épocas para ser inscrito na Associação de Futebol de Santarém (AFS). A mãe do jogador diz que tem entregue todos os documentos necessários mas que a AFS tem mostrado “má vontade e racismo” ao não inscrever o jogador. Do União de Santarém têm tentado despachar os documentos necessários e que o clube tem actuado de acordo com o que lhe é exigido. Por parte da Associação, o seu máximo responsável garante que têm sido cumpridos todos os regulamentos e procedimentos e responsabiliza o clube por não dar seguimento ao processo.Entretanto, Marcel Calopant, de 13 anos, que está em Portugal desde os seis anos de idade, frequentou o sistema de ensino público e é aluno da Escola Mem Ramires, continua sem poder jogar à bola. “Assim sinto-me descriminado, só posso treinar”, refere a O MIRANTE. A mãe do jogador diz que tem caminhado para a AFS para resolver o problema mas que há sempre qualquer coisa que falta. O presidente da AFS, Rui Manhoso, desmente esse facto e diz que a mãe do jogador apenas lá foi uma vez e deve sim ter entregue tudo no clube. A progenitora do jogador, revoltada com a demora, acusa a AFS de racismo. “O que eu concluo é que só querem jogadores portugueses a jogar ao criarem tantos problemas. Não é normal ter entregue há dois anos o dinheiro para a inscrição do meu filho e Rui Manhoso, que conheço pessoalmente, me ter garantido que ele seria inscrito. Sempre que entrego um papel, pedem outro”, refere, garantindo que está a tentar encontrar um bom advogado para resolver a situação na justiça. “Já só acredito nos tribunais”, acrescenta.Rui Manhoso desmente ter feito qualquer promessa pessoal e que apenas garantiu que o processo seguirá os trâmites normais. “Em 2007-2008 o União entregou documentos para inscrever o rapaz que não foram aceites por não estarem correctos. De lá até Outubro último saiu legislação da FIFA que obriga a que se passe um documento da junta de freguesia a testar a residência ininterrupta do jovem no país, nos últimos cinco anos, o que foi comunicado ao clube. Se ao longo de todo este tempo, antes e depois desta regulamentação, os documentos não nos chegam em condições não é à Associação que devem ser pedidas responsabilidades. Não fazemos as leis”, diz Rui Manhoso. Lembrando que há um mês indicou ao clube os documentos que faltam e que até à data ainda nada lhe chegou.O presidente da AFS recusa ainda qualquer rótulo de racismo atribuído à AFS, lembrando que existem mais de 200 jogadores estrangeiros inscritos nos campeonatos. Quanto a jogadores da formação disse ser neste momento impossível dar o número pelo facto de a AFS estar em mudança de serviços.A mãe do jogador também não entende como se vem falar na falta de documentos com base em legislação de Outubro quando o processo foi em 2007-2008 tentou inscrever o filho no União de Santarém mas já tinha ultrapassado esse período. O presidente da AFS assegura que não chegou qualquer verba para inscrição do jogador, até porque tal não seria possível sem a documentação completa. Conclui, por isso, Rui Manhoso, que a verba tenha sido entregue no clube.Por parte do União de Santarém, o dirigente da comissão administrativa Aníbal Correia diz que o clube sempre seguiu todos os procedimentos necessários. O presidente da Junta de Marvila, Carlos Marçal, garantiu a O MIRANTE que o atestado de residência do jovem está na posse do União de Santarém há cerca de um mês.
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