uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
O Vale do Paraíso que por um dia foi “Vale do Inferno” para os ciclistas

O Vale do Paraíso que por um dia foi “Vale do Inferno” para os ciclistas

Comissão que organizou prova de ciclismo em 1977 homenageada pelo GDA

Em 1977 os dirigentes do Grupo Desportivo de Azambuja conquistaram para o concelho o Campeonato Nacional de Fundo de Ciclismo. Um percurso de estradas planas, seguidas de íngremes subidas, apaixonou a federação. E por um dia Vale do Paraíso foi o “Vale do Inferno” dos ciclistas

“Foi uma questão de carolice. Fomos à federação, conseguimos que eles viessem à Azambuja e ficaram apaixonados pelo percurso”. Quem o diz é Manuel Canha, antigo dirigente do Grupo Desportivo de Azambuja. O comerciante, hoje com 58 anos, foi um dos elementos da comissão que organizou o Campeonato Nacional de Fundo de Ciclismo em 1977. A equipa de dirigentes foi homenageada pelo Grupo Desportivo de Azambuja - que está a comemorar 60 anos de existência. O tributo foi prestado durante o sarau das modalidades que encheu as bancadas do pavilhão municipal na noite de sábado, 16 de Janeiro. Manuel Canha, António Manuel Cachado, Horácio Mendonça, Artur Freire e Sabastião Bexiga (na foto) integravam a comissão na altura, tal como Augusto Moita e José Pedro Simões entretanto já falecidos.“Na altura estes homens tomaram a responsabilidade de organizar uma prova de nível nacional. Tiveram a audácia de colocar Azambuja no mapa. Foi um grande desafio, mas foi acima de tudo uma grande vitória do concelho de Azambuja”, agradeceu o presidente da direcção do Grupo Desportivo de Azambuja, Alexandre Grazina, reconhecendo as limitações que enfrentaram à época. Um percurso de estradas planas e subidas íngremes agradou à federação da época. “Tinha muitas subidas e para eles isso era bom. Os ciclistas vinham da recta da rua da câmara municipal e viravam logo para a subida da rua dos campinos. Em Vale do Paraíso a mesma coisa. Tinham que parar praticamente antes da subida para começar a dar ao cabedal”, descreve Manuel Canha. O percurso começava em Azambuja junto à câmara municipal e seguia até Vale do Paraíso passando depois por Aveiras de Baixo e terminar novamente em Azambuja. Para recordar o momento na hora da homenagem passaram imagens de arquivo da RTP, que registou o percurso da prova. “À subida do Vale do Paraíso o Jornal “A Bola” chamou na altura em reportagem ‘Vale do Inferno’”, lembra Alexandre Grazina. O mais difícil, lembra Manuel Canha, foi ter que pedir dinheiro de porta a porta para a logística da prova. “Por acaso o comércio local apoiou e a câmara disponibilizou pessoal. Isto pôs muita gente a trabalhar. Nós é que tínhamos que andar com os carros à frente e cortar as vias de acesso à estrada para não haver problemas”, recorda.O primeiro ponto da ordem de trabalhos, sempre que a comissão organizadora se reunia, era o mesmo: “Quanto dinheiro é que já se fez?”, conta com humor Manuel Canha lembrando que não se contratavam firma para organizar iniciativas. “Tínhamos que andar a pintar as setas nas estradas ao longo do percurso e pôr fitas nas transversais”. O almoço servido aos atletas na antiga sede do GDA junto à estação - bifes com esparguete – foi confeccionado há 32 anos com a ajuda de cozinheiros da zona. Algumas firmas que patrocinaram as bebidas.Azambuja não tinha nessa altura ciclismo, mas depois houve a oportunidade de começar a organizar provas. Manuel Canha é um saudosista dos tempos em que Fernando Mamede trabalhou com a Câmara de Azambuja e deu outro impulso ao desporto no concelho. “O desporto de estrada morreu. Quando se faziam essas iniciativas vinham centenas de atletas e centenas ou milhares de atletas a acompanhar os familiares e isso contribuía para o desenvolvimento da terra”, opina. Atletas internacionais e treinadores homenageadosOs atletas internacionais do Grupo Desportivo de Azambuja e respectivos treinadores foram homenageados pelo clube durante o sarau de modalidades que se realizou no sábado à noite, 16 de Janeiro, para assinalar os 60 anos do grupo. Entre os atletas internacionais homenageados estava Margarida Lopes (ténis de mesa) e Ana Rita Marques, João Vicente e Natércia Dias (tiro com arco). No karaté foram enaltecidos os atletas Filipe Lucas, Bruno Santos, Mara Duarte, Maria João Cardoso, Beatriz e Bárbara Fuzeiro, Daniel Berto e João Deus.O trabalho dos técnicos também foi reconhecido: Horácio Mendonça, no ténis de mesa, Adriano Dias e Armindo Cera, no tiro com arco, e Rui Marco Paula, no Karate.No sarau das modalidades - que terminou com os desportistas em pleno ringue a cantar os parabéns ao clube - os atletas de dança, ginástica, futsal, futebol, karate, taekwondo e tiro com arco mostraram de forma artística o trabalho que desenvolvem no GDA.
O Vale do Paraíso que por um dia foi “Vale do Inferno” para os ciclistas

Mais Notícias

    A carregar...