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Cortaram o pinheiro centenário à entrada da Mata das Virtudes

Cortaram o pinheiro centenário à entrada da Mata das Virtudes

Direcção Regional das Florestas considera que árvore poderia colocar em perigo pessoas e bens

Tinha vinte metros de altura, estava protegido por um murete e era uma espécie de ex-libris de Casais da Lagoa e Virtudes, freguesia de Aveiras de Baixo, Azambuja. O pinheiro foi cortado por razões de segurança, mas a população não se conforma.

O pinheiro centenário com cerca de 20 metros de altura que se encontrava à entrada da Mata das Virtudes, na freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, foi cortado por elementos da Protecção Civil de Azambuja.O comandante operacional municipal, Pedro Cardoso, que é também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, explicou a O MIRANTE que a árvore foi retirada por indicação da Direcção Regional das Florestas, em Santarém.“Íamos deslocar-nos ao local para cortar algumas trancas e recebemos a indicação para cortar o pinheiro”, revela Pedro Cardoso que considera que a árvore poderia representar um perigo para pessoas e veículos. Pedro Cardoso reconhece que o corte dos ramos poderia “descompensar a árvore” e torná-la mais susceptível de tombar em caso de se registar vento forte.O pinheiro, que foi cortado na quinta-feira, 14 de Janeiro, estava localizado frente à povoação de Casais da Lagoa, à beira da Estrada Nacional 3, junto ao desvio para a aldeia das Virtudes e para a população era considerado um verdadeiro ex-libris. “Eram preciso dois homens para o abraçar”, recorda José Brás, habitante dos Casais da Lagoa, que lembra que o espaço era tradicionalmente local de romaria na altura da quinta-feira da espiga e muitos aproveitavam a sua sombra. “Há 30 ou 40 anos as pessoas levavam as merendas e lá iam comer o coelho com ervilhas”, lembra. A árvore foi cortada na altura em que Isidro Ferreira, morador das Virtudes, ia a passar no local. “Porque é que não se limitaram a cortar algumas trancas?, questiona o morador, que é também técnico de segurança e que garante que não se encontravam no local raízes expostas ou vestígios de desagregação que pudessem justificar o perigo. “Como se sabe qualquer árvore ou mesmo habitação pode representar perigo. Basta a natureza querer. Provavelmente vamos ter que começar a cortar essas árvores todas que estão junto das estradas”, ironiza.A árvore estava protegida por um murete onde só resta agora parte do tronco da árvore que vai deixar saudades. “Recordo-me que para irmos à escola tínhamos que ir a pé das Virtudes para os Casais da Lagoa e no percurso era debaixo do pinheiro, à sombra, que descansávamos”, recorda Isidro Ferreira.Em comunicado a Direcção Regional de Florestas esclarece que o abate do pinheiro surgiu na sequência de uma avaliação de árvores isoladas em perímetros florestais e matas nacionais sob gestão da Autoridade Florestal Nacional após o período de intempéries recente. “A queda de alguns exemplares da mesma espécie, de idade similar e com problemas fitossanitários, obrigou este serviço a avaliar, para este caso em particular e pela sua localização, o risco de possível queda e as consequências associadas relativas a vidas e bens”.A evidência de problemas fitossanitários no interior do lenho, a queda de ramos sobre a Estrada Nacional 3 e a existência provável de zonas interiores do lenho ocas, condicionando a robustez do tronco e o suporte da copa, como mais tarde se verificou após abate, levaram à tomada de decisão, explica a direcção regional que considera que existia o risco de queda da árvore para a Estrada Nacional 3.
Cortaram o pinheiro centenário à entrada da Mata das Virtudes

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