uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Moradores do bairro do Flecheiro exigem saber quando vão ter novas casas

Moradores do bairro do Flecheiro exigem saber quando vão ter novas casas

Mulheres e crianças de etnia cigana manifestaram-se à porta da Câmara de Tomar

Presidente da autarquia confiante que projecto de realojamento previsto para a zona industrial será desbloqueado em breve.

Cerca de duas dezenas de mulheres e crianças da comunidade cigana de Tomar deslocaram-se pelas 14h00 de segunda-feira, 18 de Janeiro, para a frente do edifício da câmara municipal protagonizando uma cena insólita. Exibindo cartazes com frases reivindicativas, munidos de tachos e panelas, protestaram ruidosamente, cerca de uma hora, contra as faltas de condições das barracas onde habitam, no bairro do Flecheiro. “Não temos água potável, não temos bases sanitárias e as nossas crianças têm vergonha de ali morar e ir à escola”, protestava Leonor Bruno, uma das porta-vozes do grupo. “Estamos há 38 anos à espera de casas novas. Vivemos como bichos”, lamentava-se outra mulher.O presidente da Câmara de Tomar, Côrvelo de Sousa (PSD), que se encontrava ocasionalmente na escadaria dos Paços do Concelho, falou com o grupo de manifestantes durante alguns minutos. De acordo com explicações dadas a O MIRANTE pelo autarca, o bloqueio do projecto deve-se à obrigatoriedade da autarquia alterar o seu Plano Director Municipal (PDM) para poder construir as habitações na zona industrial. Acrescentou ainda que esta semana vai participar numa reunião, em Lisboa, com o objectivo de resolver a situação e dar andamento ao processo. “Compreendo que as pessoas estejam desesperadas e vão à câmara fazer barulho, mas isto é algo que depende da administração central”, explicou. Aos manifestantes frisou que “há anos que a autarquia tem um grupo de trabalho já feito para encontrar uma solução que permita retirar estas famílias de um lugar de onde não estão bem” só que, neste momento, ainda não existe a possibilidade de lhes entregar as habitações. “Ainda não nos foi possível desbloquear administrativamente os procedimentos necessários sequer para começar a construção”, explicou, realçando que terá uma resposta aos anseios destas mulheres daqui “a quatro ou seis meses”. O projecto de realojamento da comunidade cigana do bairro do Flecheiro, onde moram cerca de 150 pessoas, está parado desde 2005. Em Outubro de 2007, a Câmara de Tomar, na altura liderada por António Paiva (PSD), aprovou o projecto de arquitectura que previa a construção de 39 fogos mas até ao momento não foi possível dar curso à obra. De acordo com o apurado, o projecto de arquitectura destes fogos vai manter-se embora possa sofrer alguns reajustes na sequência da alteração ao PDM. Mais calmas após a conversa com o edil, as manifestantes regressaram ao bairro do Flecheiro com o aviso de que regressam à Praça da República daqui a quatro meses e, no caso de a resposta não lhes agradar, acampar nas arcadas do edifício. A PSP foi chamada ao local mas não houve necessidade de intervir.
Moradores do bairro do Flecheiro exigem saber quando vão ter novas casas

Mais Notícias

    A carregar...