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Obras de recuperação da EB 2, 3 Vasco Moniz complicam vida de 380 alunos

Obras de recuperação da EB 2, 3 Vasco Moniz complicam vida de 380 alunos

Professores, funcionários e pais estão revoltados com a situação e exigem soluções

Alunos com aulas condicionadas e sem salas de estudo. Funcionários a trabalhar em arrecadações e em vão de escadas. Professores sem locais de reunião. Ninguém conhece o plano de segurança da obra. Tudo isto está a revoltar funcionários, professores e pais dos 380 alunos da EB 2, 3 Dr Vasco Moniz de Vila Franca de Xira.

Os 70 professores e 35 auxiliares de acção educativa da escola EB 2,3 Dr Vasco Moniz, situada no bairro do Bom Retiro, em Vila Franca de Xira, estão revoltados com a forma como decorrem as obras de beneficiação do estabelecimento de ensino. A intervenção nos vários blocos da escola (A,B,C,D e F), que arrancou a 1 de Janeiro, vai durar um ano e tem um custo aproximado de três milhões de euros. Também os encarregados de educação dos 380 alunos da escola estão incomodados com o decorrer das obras. Os alunos estão com aulas condicionadas e sem salas de estudo. Os professores estão sem salas disponíveis para trabalhar ou reunir para realizar as avaliações. A papelaria está a funcionar numa pequena arrecadação com dois metros e o refeitório foi improvisado numa sala que era precisa para dar aulas. Os estudantes são obrigados a ficar na rua nos intervalos, mesmo em dias de chuva, onde existem poucos abrigos. Algumas funcionárias têm de se socorrer dos vãos da escada para trabalhar. Os alunos de educação física também estão sem o espaço e nos dias de chuva não podem ter aulas.Os equipamentos dos blocos da escola que agora estão em obras, como secretárias, móveis e quadros, estão na rua sem qualquer protecção. Os docentes reclamam a instalação de monoblocos que ajudem a minorar os efeitos da obra. “A insatisfação dos professores e funcionários tem a ver com a questão do planeamento da obra. Em Outubro houve uma reunião com a Câmara Municipal e a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT) em que foi dito que haveria monoblocos para dar apoio à deslocalização das salas de aula mas acontece que em Dezembro fomos surpreendidos com o facto de não haver nenhum disponivel para esta escola”, lamenta Ana Maria Simões, presidente da Comissão Administrativa Provisória (CAP) da escola. “Da DRELVT disseram-nos que não há monoblocos disponíveis no mercado devido à quantidade de obras que neste momento estão a ser realizadas em simultâneo. Primeiro informaram-nos que a obra seria feita pavilhão a pavilhão mas agora já dizem que serão três em simultâneo, ou seja, temos de desocupar um novo bloco até ao final deste mês e não sabemos como”, lamenta Ana Simões a O MIRANTE que até agora tem conseguido que os alunos frequentem as aulas, com excepção de educação física.A libertação do bloco A levanta precocupações acrescidas porque é onde está guardada toda a informação documental dos alunos e o arquivo da escola. “São documentos importantes que é necessário guardar em boas condições e com alguma discrição, que não podem ficar à chuva nem guardados de qualquer maneira”, avisa a responsável. O MIRANTE entrou em contacto com a DRELVT mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição. Enquanto isso a escola pediu ajuda à câmara municipal. “Pedi para nos disponibilizarem a escola básica nº 3 que ficou desactivada (porque os alunos passaram a ter as aulas na escola Sousa Martins) e precisamos de todo o apoio da autarquia para o transporte”, esclarece a nossa interlocutora. Os professores lamentam a forma como decorrem as obras e foram à última reunião do executivo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira entregar um documento à presidente da câmara com as assinaturas de quase todos os docentes e não docentes do estabelecimento de ensino a pedir ajuda. “As obras estão a ser feitas em cima do joelho. Os únicos dois blocos agora existentes vão ter salas de aula que estão a ser reiventadas, em arrecadações, em espaços exíguos e até a biblioteca vai funcionar sem condições, só com dicionários. Estamos todos encavalitados uns em cima dos outros”, lamenta Susana Ferreira, docente. Outra Professora, Otília Firmino, demonstrou na reunião de câmara a sua preocupação com o desconhecimento do plano de segurança da obra. A presidente da CAP da escola confirma a O MIRANTE o desconhecimento do documento, obrigatório por lei. “Não me foi apresentado qualquer plano de segurança. Os painés de separação da obra são amovíveis e em caso de emergência contactamos o encarregado da obra para se deslocar ao espaço e retirará-los”, afirma Ana Simões.A presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, disse estar surpreendida com a notícia e assegurou que a autarquia está a acompanhar o assunto, disponibilizando-se desde já para promover uma reunião entre a DRELVT e a direcção da escola. “O plano de segurança da obra é obrigatório. A própria câmara não poderia fazer a consignação da obra sem o aprovar. Vamos obviamente averiguar essa situação”, assegurou a autarca. A presidente acrescentou ainda que durante as obras “é normal que ocorram constrangimentos” e que cabe à direcção da escola e à DRELVT “a articulação de métodos que lhes permitam minorar os problemas”.Pais estão preocupados com plano de segurançaOs encarregados de educação dos alunos da EB 2,3 Dr Vasco Moniz, Bom Retiro, Vila Franca de Xira, partilham das preocupações de professores e funcionários e reclamam por uma intervenção urgente das autoridades competentes. “Estou preocupada sobretudo com a falta do plano de segurança. Estão quase 400 crianças ali dentro e ninguém sabe o que fazer caso haja uma emergência. Dizem aos pais que em caso de necessidade retiram as placas mediante o contacto com o encarregado da obra. Mas e se ele estiver longe ou não estiver imediatamente disponível para as abrir?”, questiona Ana Bandeira, mãe de um aluno a O MIRANTE. Para Rui Pedro, pai de outro aluno, “não há actualmente espaço suficiente na entrada da escola para passar uma maca e isso é motivo de preocupação”. Outra encarregada de educação, Fernanda Lopes, critica que “não esteja afixada em nenhum lado uma rota de evacuação ou um método de como actuar caso se registe um acidente”. A presidente da comissão administrativa provisória da escola, Ana Simões, partilha das preocupações. O facto de muitos alunos não terem aulas de educação física nos dias de chuva é outra das queixas dos pais. “Dependendendo das disciplinas algumas aulas não são dadas na totalidade e se estiver a chover ninguém dá aulas de educação física, só se for à chuva, já que o campo não é coberto e neste momento não há espaço em lado nenhum, nem nos corredores”, critica Fernanda Lopes, encarregada de educação. Os pais ouvidos pelo O MIRANTE prometem endurecer a pressão junto das entidades competentes com vista à colocação na escola de monoblocos que permitam aos alunos ter aulas em melhores condições.
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