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Rejeitada comissão para acompanhar caso de família de Foros de Salvaterra

Rejeitada comissão para acompanhar caso de família de Foros de Salvaterra

Maioria do Bloco de Esquerda na Câmara de Salvaterra de Magos vota contra proposta socialista

Objectivo seria avaliar e acompanhar caso da família de Foros de Salvaterra a quem foram retirados os três filhos há ano e meio.

A proposta de constituição de uma Comissão Municipal (CM) para avaliar e elaborar um relatório sobre o caso da família de Foros de Salvaterra - a quem foram retirados os três filhos menores no dia 20 de Junho de 2008 – apresentada pelos vereadores Hélder Esménio e João Simões (PS) foi rejeitada com os quatro votos contra da maioria do Bloco de Esquerda na Câmara de Salvaterra de Magos. Os dois vereadores do PS e o vereador do PSD votaram a favor, mas não foi suficiente. A decisão foi tomada na reunião do executivo realizada a 13 de Janeiro.A proposta apresentada pelo PS defendia que a CM devia ser constituída por um vereador, um técnico da Segurança Social e um jurista, ambos funcionários da autarquia. O relatório realizado pela CM deveria ser apresentado, numa reunião privada, no prazo de trinta dias. A presidente da autarquia, Ana Cristina Ribeiro (BE), afirmou que os membros do BE recusaram a proposta do PS pois a câmara já está a acompanhar a situação da família prevendo que “o desfecho deverá estar para breve”. A autarca explica que os vereadores do BE votaram contra a proposta uma vez que querem salvaguardar a privacidade de Tatiana, Filipe e Soraia. “A câmara tem acompanhado a situação de perto e de forma muito discreta. Temos tido reuniões regulares com várias entidades que têm o poder de resolver e decidir situações destas, mas não pretendemos tornar público o teor dessas reuniões. Vamos aguardar o desfecho deste caso e depois tomaremos as posições que entendermos serem necessárias. Esta nossa reserva prende-se com o facto de estarem envolvidas três crianças menores”, disse Ana Cristina Ribeiro.Hélder Esménio defendeu a proposta apresentada pelos vereadores do PS referindo que o objectivo da criação de uma Comissão Municipal nada tem a ver com protagonismo ou propaganda. O vereador recordou que tanto ele como João Simões nunca tiveram intenção de integrar a CM. “Salientamos que a divulgação do relatório seria privado, apenas para conhecimento do executivo municipal. Apenas pretendíamos que a CM fosse criada para se apurar a veracidade dos factos em relação a este caso. Não queremos qualquer tipo de protagonismo, apenas pretendemos ajudar e solucionar uma situação que se arrasta há ano e meio”, salientou Hélder Esménio.O vereador do PSD, Jorge Burgal, aceitou a proposta do PS referindo que o executivo municipal tem que tomar uma posição. “Não somos uma entidade directamente relacionada com este assunto, mas também não nos podemos esquecer o que se passa com os cidadãos do nosso concelho”, disse.A vereadora da acção social, Margarida Pombeiro (BE), salientou que a Comissão Municipal que o PS pede já existe. “Estamos todos envolvidos nesta situação e a acompanhar o caso. A única coisa que não fazemos é o relatório e também não divulgamos a informação que recolhemos”, afirmou.Recorde-se que as três crianças foram retiradas à família em Junho de 2008 por ordem do tribunal, na sequência da intervenção da Segurança Social de Salvaterra de Magos. Considerou-se que a casa onde viviam não possuía condições de habitabilidade. Entretanto foi construída nova habitação, com o apoio da comunidade local, mas o regresso das crianças ainda não se verificou. Os menores encontram-se desde aí à guarda de um centro de acolhimento temporário situado na Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha.Marília Batista impedida de acompanhar filho durante operação cirúrgicaMãe de Foros de Salvaterra esteve com Filipe antes e depois da cirurgiaContra tudo e contra todos, Marília Batista – a mãe a quem a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Salvaterra de Magos retirou há ano e meio os três filhos menores – conseguiu estar presente no dia em que o filho do meio, Filipe, foi operado à garganta e ao nariz. Operação cirúrgica que se realizou na quarta-feira, 13 de Janeiro.Marília Batista teve conhecimento da operação no final de 2009 quando recebeu uma carta a informá-la da situação. Nessa altura, a advogada de Marília Batista, Dulce Ortiz, enviou uma missiva a pedir autorização ao Tribunal de Menores de Vila Franca de Xira a pedir autorização para a mãe acompanhar o filho antes e após a operação. Resposta que, segundo Marília Batista, nunca chegou.Quando soube que a operação de Filipe já estava marcada, a mãe da criança falou com a directora do Centro de Acolhimento Temporário (CAT) de Praia do Ribatejo (Vila Nova da Barquinha) – onde as crianças vivem há ano e meio – e pediu para acompanhar o filho. “A directora disse-me que não era possível eu estar junto do meu filho porque tinha que ser acompanhado por uma pessoa responsável pelo CAT”, conta Marília Batista a O MIRANTE.Marília Batista contou ainda que Filipe lhe telefonou na véspera da operação a perguntar se a mãe ia estar com ele no hospital. “Fiquei de rastos quando ouvi o meu filho pedir a minha presença junto dele, quando me tinham dito que eu não podia lá estar”, diz.Na quarta-feira de manhã Marília Batista dirigiu-se ao Hospital Distrital de Santarém e conseguiu ver o filho. “Estive alguns minutos com o Filipe antes e depois da operação. Ele quando me viu ficou muito contente e pediu-me para ficar lá durante a operação. Nestas situações, qualquer pessoa quer os pais com eles. Percebi que estava nervoso e com medo e acalmei-o”, explica.Filipe teve alta no próprio dia encontrando-se em recuperação no CAT de Praia do Ribatejo. O MIRANTE contactou o CAT de Praia do Ribatejo para obter mais esclarecimentos mas até ao fecho da edição não foi possível.
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