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Mário Ferreira mantém o sonho de treinar guarda-redes ao mais alto nível

Depois do curso básico da UEFA está a fazer uma pós graduação de treino de guarda-redes

Mário Ferreira é um estudioso do futebol, principalmente na área dos guarda-redes. Natural da Chamusca, ocupou como jogador, o lugar de que agora ocupa como um dos poucos treinadores diplomados em Portugal com o curso específico de treinadores de guarda-redes.

Enquanto treina os guarda-redes do Clube Atlético Riachense, e depois de ter tirado o curso de treinador de nível II, básico da UEFA, e o curso específico de guarda-redes, vai continuando a estudar a metodologia de treino e está no ISCTE a fazer uma pós-graduação para treino dos jogadores que ocupam o difícil lugar de defender a baliza. Aos 31 anos, Mário Ferreira garante que sempre teve a paixão pela baliza, defendeu durante alguns anos as cores do União de Chamusca, e foi daí que nasceu a vontade de ser treinador. “Na altura ainda no activo como guarda-redes surgiu o convite para treinar uma equipa de escolas, aceitei e a experiência foi boa. A Associação de Futebol de Santarém lançou o curso de treinador de primeiro nível fi-lo e fiquei ainda mais entusiasmado. Veio o segundo nível e avancei e resultou. Continuava a ser o terceiro guarda-redes do plantel da União de Chamusca e ajudava no treino dos meus companheiros, cada vez com mais entusiasmo”.“Surgiu então a ideia de aprofundar mais os meus conhecimentos técnicos e resolvi investir na formação, estive em Newcastle, Inglaterra onde tirei o primeiro curso de treino específico de guarda-redes, depois quando foi elaborado o primeiro curso em Portugal não hesitei e resolvi integrá-lo, terminando com bom aproveitamento. Neste momento posso dizer que sou um dos 26 elementos com curso de treinadores de guarda-redes em Portugal”, diz Mário Ferreira com orgulho.Mário Ferreira é ambicioso e quer juntar a paixão aos conhecimentos que vai adquirindo e quer vir a exercer a profissão de treinador de guarda-redes a nível de seniores ou de formação. “Acredito que tenho potencial, continuo a investir e acredito que vou ter retorno deste investimento. Acredito que vou ter uma oportunidade a um nível mais elevado. Sou dos poucos portugueses com qualificação específica para este fim por isso tenho que acreditar que mais cedo ou mais tarde a oportunidade vai surgir”.Para dar a conhecer o seu trabalho, Mário Ferreira não tem empresário, é com a sua vontade que se vai dando a conhecer, começou na Chamusca, já treinou os guarda-redes do Cartaxo e agora está no Riachense, pelo meio ficaram mais alguns convites de clubes da região. “Tenho projectos em mente, já no final da época passada elaborei um DVD com exercícios de treino de guarda-redes, a que chamei protótipo, mostrei-o a algumas empresas e a alguns treinadores, que me deram força e apoio para continuar. No final desta época vou editar um novo DVD mais completo e em português que vai ser distribuído por uma empresa que já me garantiu o seu apoio”.Por outro lado, Mário Ferreira garante que a pós-graduação que está a fazer e que está a ser leccionada por algumas individualidades do futebol nacional será também uma boa forma de ficar a ser conhecido. “Esta pós-graduação vai também proporcionar-nos dois estágios em clubes de renome, um em Portugal e outro no estrangeiro. Vou aproveitar mais esta oportunidade para me divulgar e introduzir métodos novos no meu trabalho”.Em Portugal na generalidade os treinadores de guarda-redes são antigos jogadores que ocuparam esse posto nos clubes por onde passaram. “São muitas vezes treinadores que ensinam o que aprenderam durante a sua carreira, são métodos antigos que estão desactualizados, o futebol evoluiu, e a carreira de guarda-redes estagnou. Temos em Portugal os melhores treinadores do mundo, temos alguns dos melhores jogadores do mundo, mas não temos um único guarda-redes nos melhores quarenta do mundo. Por isso alguma coisa está mal, é necessário mudar a forma de trabalhar os guarda-redes, e é aí que eu espero ter uma oportunidade”, refere Mário Ferreira.Mas neste caminho de formação nem tudo são rosas a Federação Portuguesa de Futebol é a primeira a falhar naquilo que promove. “Todos os treinadores que acabaram o curso UEFA na mesma altura que eu, estão a ponderar agir contra a Federação, porque até agora ainda não entregou o certificado de fim de curso. É uma situação caricata, e que não tem resposta credível por parte do organismo oficial”, diz Mário Ferreira. O jovem treinador defende que é cada vez mais evidente que os clubes têm que avançar para a criação de um departamento de guarda-redes. “Um departamento que controle e faça a preparação dos guarda-redes da formação até aos seniores, é preciso organizar as coisas porque só assim se pode progredir nesta área”.

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