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Quem foi afinal S. Sebastião e porque foi mártir?

De 5 a 9 de Fevereiro Amiais de Baixo cumpre mais uma edição das Festas em Honra do Mártir S. Sebastião, este ano com o aliciante da tentativa de recorde do Livro dos Recordes do Guinness com presença de 600 pessoas com archotes na procissão de sábado à noite. O MIRANTE foi saber o que pensa a população desta iniciativa e aproveitou para questionar os cidadãos sobre o seu conhecido amor à terra e sobre o santo padroeiro.As mulheres têm de ir mais aos comes e bebesCarla D’Avó, 34 anos, escriturária, AlcanenaMuita união e bairrismo são características que Carla D’Avó identifica entre os seus conterrâneos. “Por acaso moro em Alcanena mas espero voltar brevemente. Aqui em Amiais as pessoas moram muito juntas, quase umas em cima das outras no centro da localidade e isso também deve unir mais as pessoas”, analisa. Diz que participa na festa todos os dias que ela dura apesar de ser menos fácil do que quando não tinha filhos. A sua procissão preferida é a dos archotes, por ser diferente. Este ano tem o aliciante de tentar juntar 600 pessoas no desfile. “Vou à procissão contribuir para o recorde, mas já era tradição participar”, diz. A tradição de participar nas procissões com o filhoteMarisa Duarte, 30 anos, responsável financeira, MonsantoMarisa Duarte tem grandes expectativas em relação às Festas de Amiais de 2010. Afinal, o seu filho Martim vai participar na procissão de domingo e de segunda-feira, uma tradição das festas. “As procissões têm um significado religioso e substituem um pouco aquilo a que algumas pessoas de Amiais “fogem”, o baptismo, que não é tão comum terra. No fundo, funciona como uma apresentação das crianças novas da terra num desfile público”, descreve Marisa Duarte, nascida em Amiais mas moradora em Monsanto, concelho de Alcanena.Amialeiros unidos que se defendem a todos os níveisSara Pintassilgo, 33 anos, solicitadora, SantosA trabalhar em Amiais de Baixo como solicitadora há sete anos, Sara Pintassilgo confessa que só uma vez se deslocou de propósito às festas locais. “Foi num sábado em que fui convidada e vi a procissão dos archotes que é muito bonita”. Este ano pensa voltar a participar na procissão de Sábado para ajudar na tentativa de recorde do Guinness e na de domingo para cumprir uma antiga tradição. “Tenho uma bebé e disseram-me para fazer as procissões, porque é costume os pais levarem os filhos”. Apesar das festas serem em honra do Mártir S. Sebastião diz que não sabe muito sobre ele. Gosto pela “copofonia” e respeito pela tradição religiosaPaulo D’Avó, 44 anos, comerciantes automóveis, Amiais de BaixoAdora a parte da “copofonia” mas respeita a vertente religiosa das festas. Paulo D’Avó diz que vale a pena visitar Amiais de Baixo de 5 a 9 de Fevereiro pela forma como as pessoas da freguesia contagiam os restantes na alegria da festa. “Amiais tem sofrido grandes transformações ao longo dos tempos mas nas festas volta-se sempre ao passado e às tradições que são o nosso orgulho. E a Festa consegue puxar mais por nós”. Quanto à tentativa de recorde do Guinness com os archotes é uma ideia criativa. “O juiz tem jeito para isto, consegue apelar à malta nova. Devia ficar por lá”, garante com um sorriso.O orgulho em ser de Amiais de BaixoNuno Sousa, 29 anos, distribuidor de gás, Amiais de BaixoPara Nuno Sousa as Festas de Amiais de Baixo são vividas de forma intensa, ansiosamente esperadas todo o ano. “Tenho pena de não participar mais nos peditórios mas quando uma pessoa se deita já de manhã é difícil. Bebe-se bastante, temos as portas abertas para comer e beber. Há de tudo, cada casa tem o seu petisco, é só entrar”, conta o habitante da freguesia.A tentativa de recorde do Guiness com 600 archotes acesos durante a procissão da noite de sábado é para si uma surpresa mas também uma ideia bonita para levar o nome da terra mais além. Quanto ao bairrismo diz que ele próprio é um exemplo. “Dizemos com orgulho que somos de Amiais de Baixo e não do concelho de Santarém”, explica.Todas as festas deviam ser pagas apenas por quem as fazMiguel Saldanha, 34 anos, engenheiro civil, Amiais de BaixoMiguel Saldanha diz nunca ter perdido um dia das festas da sua terra. Confessa que agora se deita um bocadinho mais cedo do que era costume mas não falta a todos os actos do programa das festas: à chegada da banda no sábado; ao convívio na casa das pessoas à procissão dos archotes e por aí fora. Miguel Saldanha considera-se um bairrista e tem orgulho nisso. “É um dos nossos traços principais. Se calhar somos demasiados virados para dentro mas no caso da festa é benéfico. De certeza que no dia em que a câmara deixar de atribuir subsídios a festa vai continuar, ao contrário do que tem acontecido noutras terras. Já temos comissões para cinco ou sete anos. As festas devem ser garantidas por quem as faz”, opina.Acho que vamos bater o recorde dos archotesAna Louriceira, 29 anos, técnica de turismo, SantarémAna Louriceira é uma das pessoas que vai levar um archote na noite de sábado, na tradicional procissão nocturna, para ajudar a tentar bater o recorde do Guiness e colocar as Festas de Amiais de Baixo em lugar de destaque. Geralmente vai à procissão mas este ano a motivação é a dobrar. “Vou levar o archote para batermos o recorde e acho que o vamos conseguir. Está tudo a ser bem publicitado”, garante.Ana Louriceira já ouviu falar do motivo pelo qual S. Sebastião é mártir e santo da festa. Relaciona-o com o facto de os homens da freguesia irem em tempos bem antigos trabalhar no sector da madeira para longe, que passaram a ser vistos como mártires. Novidade maior será em 2011 uma comissão presidida e totalmente formada por mulheres. Ana Louriceira será uma das festeiras. “Em 2011 vamos virar a página. Se calhar faltou durante estes anos alguma mulher que quisesse pegar na bandeira da comissão e motivar as outras”, admite. Nesta época de festas as pessoas ficam mais amigas umas das outrasLisa Duarte, 31 anos, escriturária, MonsantoLisa Duarte gosta de fazer um pouco de tudo nas festas da sua terra. Passear, ver a chegada da banda e toda a alegria que envolve a localidade durante os cinco dias de festejos. “É bom andar por aí, com o meu filhote e ver tudo bem-disposto. Vou a casa de uma ou de outras pessoas, e vê-se que nesta altura as pessoas até são mais amigas umas das outras e abrem as portas de suas casas. É sempre um momento esperado e agradável”, descreve.Para Lisa Duarte as festas valem ainda pelas procissões. As de domingo e segunda-feira, onde já desfilou com o filho mais novo, e a procissão dos archotes, na qual é hábito levar o fogo. “ Era bom que Amiais ficasse conhecido por ter batido o recorde de archotes na sua procissão”, conclui.

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