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Septuagenária é voluntária numa escola de Samora

Septuagenária é voluntária numa escola de Samora

Alexandrina Ramos ofereceu a sua ajuda para colmatar a falta de auxiliares de acção educativa

Chamam-lhe carinhosamente a “avozinha”. Alexandrina Ramos ofereceu-se como voluntária e trabalha diariamente na Escola Básica 1 das Acácias em Samora Correia, concelho de Benavente. Leva as crianças ao refeitório, prepara-lhes as refeições e brinca na hora do recreio. Um serviço útil a uma escola que se debate com falta de pessoal auxiliar de acção educativa.

Alexandrina Ramos tem 70 anos e é reformada. A moradora em Samora Correia, concelho de Benavente, decidiu aproveitar o tempo livre e ofereceu-se como voluntária na Escola Básica 1 das Acácias, que se debatia com falta de pessoal auxiliar face ao número de alunos que frequentam o estabelecimento de ensino. A septuagenária explica que se sentia bastante sozinha e por isso ofereceu a sua ajuda ao centro escolar. Como as lacunas eram maiores na escola da rua Calouste Gulbenkian, acabou por falar com o director do agrupamento e começou em Setembro a trabalhar com as crianças. “Eu gosto muito de crianças e infelizmente não tenho netos. A minha filha vive na Alemanha, sou sozinha e por isso voluntariei-me. Acho que não só me faz bem como é uma forma de ajudar”, explica. Para a voluntária devia haver mais gente reformada a fazer a mesma coisa. “Há muitas pessoas solitárias que podiam aqui prestar auxílio às crianças”, afirma.As crianças tratam-na por “avozinha” e têm por ela um grande carinho. São 150 crianças, entre os seis e os 10 anos, que Alexandrina leva diariamente ao refeitório que fica situado na Escola Básica 2 3 e na Secundária Professor João Fernandes Pratas, do outro lado da rua. “São muitas crianças por isso vamos em dois turnos, ao meio dia e às 13h15. Atravesso a estrada com eles e vamos ao refeitório. Temos de lhes partir a fruta e cortar a carne. Quando é peixe tiramos as espinhas”, diz sorridente.Alexandrina trabalha como voluntária de segunda a sexta-feira entre as 9h00 e as 17h00. A coordenadora da escola considera a ajuda fundamental devido à falta de funcionários. “Seria muito útil se outras pessoas nas mesmas condições tomassem este tipo de iniciativa”, sublinha. Teresa Sousa alerta porém que Alexandrina “tem o perfil ideal para cuidar das crianças” e que “é necessário ter um perfil certo para se trabalhar numa escola”.Maria da Luz Fortes tem uma filha de seis anos na escola e vê com muito bons olhos a presença da voluntária. “São muitas crianças na fila para o almoço e só duas pessoas para tomar conta deles. A minha filha foi operada no Natal e foi empurrada no outro dia no refeitório. É complicado. Se houvesse mais voluntários era melhor para colmatar a falta de pessoal”, diz esperançosa.A opinião é partilhada por Rosário Martins, que tem uma neta a estudar na escola. “A Beatriz tem seis anos e ainda brinca muito à hora de almoço em vez de comer. E depois fica com fome mais tarde. Elas como são só duas não podem estar atentas às crianças todas”, sublinha.Por isso mesmo Alexandrina Matos deixa no ar o convite: “Quem estiver em casa sem fazer nada e gostar de crianças venha até cá ajudar-nos. Todos os voluntários são precisos e toda a ajuda é bem-vinda”.
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