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Jorge Justo Tavares

60 anos, director operacional da Rodoviária do Tejo, Santarém

Nasceu em Amiais de Baixo, Santarém, em 26 de Maio de 1949. Em jovem frequentou o colégio interno Nuno Álvares, em Tomar, tempo do qual guarda boas recordações. Aos 17 anos entra no curso superior de Engenharia de Máquinas em Lisboa mas regressa a Santarém para dar aulas de Matemática. A 26 de Abril de 1978 entra para a Rodoviária Nacional depois de fazer um estágio. É actualmente director operacional da Rodoviária do Tejo em Santarém.

Comecei os estudos no Liceu Nacional de Santarém mas frequentei apenas o primeiro trimestre. O meu pai acordava muito cedo e levava-me a Amiais de Cima para apanhar transporte para chegar a horas às aulas. Nunca me levantei tão cedo na vida como naquela altura. Estamos a falar de 1958. Não havia a frequência de horários e de carreiras que hoje existe. Depois, os meus pais decidiram que eu devia ir para um estabelecimento de ensino onde isto não fosse tão violento. Fui eu que escolhi o Colégio Nuno Álvares, em Tomar. Tomar é uma cidade que marcou a minha adolescência. Estudei no colégio, em regime de internato, até ao 7.º ano. Uma disciplina rígida, até um pouco militarista. Costumo dizer que tive sete anos “de tropa” mas com resultados bons. Com ensinamentos que considero muito úteis para a minha vida. Guardo muitas recordações do colégio e da cidade. O director do colégio, Dr. Raul Lopes, tinha feito a sua formação académica em Coimbra e trouxe para Tomar algumas das tradições de Coimbra. Lembro-me que na primeira semana de Maio fazíamos uma festa que era uma pequena amostra da actual queima das fitas. Com cortejo e uma garraiada. Coisas que, para a altura, eram bastante evoluídas. A minha ida para Lisboa faz-se aos 17 anos quando entrei para o curso de Engenharia de Máquinas. O primeiro ano na Faculdade de Ciências e os restantes no Instituto Superior Técnico. Gostava do ramo de Engenharia, gostava de máquinas e de oficinas mas a verdade é que tirei o curso mas nunca cheguei a exercer engenharia. Licenciei-me quando se deu a revolução e isso criou alterações significativas nas saídas profissionais do curso. Estagiei durante três meses nas Minas da Panasqueira. Adorava andar debaixo da terra. A maioria dos meus colegas, quando acabou o curso, foi dar aulas mas eu recusei e andei um ano à procura de outras saídas profissionais. Depois deixei de ser lírico e fui dar aulas de Matemática na antiga Escola Industrial de Santarém. E descobri que até tinha jeito para ensinar. Estava a dar aulas quando me inscrevi num estágio para a Rodoviária Nacional. Entrei a 26 de Abril de 1978. Quando acabei o estágio foi-me oferecido um lugar. Fui para o Centro de Exploração de Passageiros (CEP) 4, com sede em Torres Novas, para o Sector de Planeamento de Produção. Passei a adjunto da área de produção tendo como superior Mauro Fernandes. Quando este foi transferido para mais próximo de casa, fui promovido a director de produção. Entretanto, fiz todo um percurso profissional.Sou, desde há quatro anos, responsável pela Direcção Operacional de Santarém. Tenho uma área que abrange Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Azambuja, Alcoentre, Rio Maior e Santarém. Entre outras tarefas, contacto com passageiros, programo o dia seguinte, vejo e-mails, atendo reclamações, participo em reuniões com escolas e autarquias, dou resposta a concursos para serviços, trabalho na procura de novos clientes e faço a gestão de toda a parte comercial. Chego cedo e saio quando entendo que está tudo programado para o dia seguinte. Nesta actividade temos que estar disponíveis 24 horas por dia e 365 dias por ano. O telemóvel acompanha-me sempre e pode tocar a qualquer hora. Nas férias sou eu que ligo a perguntar como estão a correr as coisas. De certo modo, a Rodoviária é uma escola de transportes. Ao fim-de-semana, gosto de fazer jardinagem e tratar das árvores de fruto que tenho no terreno na envolvente à minha casa. Ando de bicicleta para retemperar forças. Também gosto de apanhar azeitona. E passear quando posso. Gostaria de viajar mais. Gosto de descobrir outras culturas. Elsa Ribeiro Gonçalves

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