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Sem emprego e sem recursos

Sem emprego e sem recursos

Morador do Forte da Casa corre risco de ser desalojado

Iliassa Jaló tem 61 anos e apenas dois anos de instrução pelo que as portas se fecham na altura de encontrar emprego. O morador no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira não tem meios de subsistência e corre o risco de ficar desalojado por ter a renda da casa em atraso.

O relógio já marca 13h00 e Iliassa Jaló vai, como todos os dias, à cozinha central do Instituto de Apoio à Comunidade, no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, para receber a sua refeição diária. Desde Janeiro de 2009 que está desempregado, depois de ter sido dispensado pela empreza CUF-Adubos de Portugal SA, em Alverca, onde trabalhava fazendo limpezas.O subsídio de desemprego no valor de 486 euros deu à conta para pagar a renda da casa, e as contas de água e luz durante um ano, mas não chegava para a alimentação. Iliassa Jaló tem 61 anos e mora sozinho. A mulher morreu há cerca de 5 anos. Não tem qualquer família em Portugal e os sete filhos que se encontram no Senegal não têm meios de ajudar o pai.O guineense, morador no Forte da Casa, procurou o Gabinete de Atendimento Integrado (GAI) da Junta de Freguesia e recebeu a ajuda do Instituto de Apoio à Comunidade (IAC), onde começou a receber gratuitamente as refeições diárias.A situação agravou-se em Janeiro deste ano, quando terminou o subsídio de desemprego e deixou de poder pagar a renda da casa, no valor de 400 euros mensais. “Eu só tenho a segunda classe e com a minha idade é muito difícil arranjar emprego. Eu não tenho medo de trabalhar. Sempre trabalhei”, explica angustiado. Com o atraso no pagamento das rendas a senhoria ameaçou Iliassa com uma ordem de despejo. “Eu não tenho para onde ir e não tenho como pagar a renda. Nem sequer tenho dinheiro para comer. Se me puserem na rua vou para onde? Para baixo da ponte?”, pergunta desesperado. “De um momento para o outro fiquei sem nada!”, diz com angústia.As técnicas do GAI ajudaram o guineense a pedir o rendimento social de inserção e o IAC intercedeu junto da senhoria no sentido de atrasar a ordem de despejo até que Iliassa receba o rendimento.“Aquilo que vamos fazer é tentar pedir um adiantamento relativamente ao rendimento de inserção social, que permita pagar já as mensalidades da renda que estão em atraso, enquanto procuramos outra solução de habitação. Estou em permanente contacto com o GAI e estamos a tentar encontrar uma solução para este problema juntamente com a Segurança Social”, explica Paula Machado, assistente social do IAC que tem acompanhado o caso de Iliassa Jaló.A Iliassa Jaló foi ainda diagnosticada uma incapacidade de 15 por cento pelo facto de em 1972 ter sido atingido por estilhaços de uma armadilha anti-pessoal na perna e no braço esquerdo e ainda na região lombar, enquanto prestava serviço no Exército português, em Bissau. Uma lesão que o condiciona em termos de trabalho e que se tem vindo a agravar ao longo dos anos.O morador do Forte da Casa solicitou a reavaliação da lesão e uma consequente pensão por invalidez, apresentando documentos médicos junto do Exército, os quais se encontram ainda em avaliação. “Se me dessem essa pensão eu já teria meios de subsistir, mas assim é quase impossível”, justifica com tristeza.
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