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Industrioso Manuel Serra d’Aire

Estou indignado com a discriminação de que mais uma vez os funcionários públicos foram vítimas. Vê lá bem que o primeiro-ministro decidiu conceder-lhes tolerância de ponto no dia 13 de Maio por causa da visita do Papa. Acho que esta tentativa de evangelização da função pública, designadamente dos múltiplos sindicatos e sindicalistas, é meritória e um forte contributo para a causa cristã. Estou mesmo a vê-los em desfile pela Cova de Iria empunhando tarjas e bandeiras vermelhas e gritando slogans de apoio ao Papa do tipo: “Bento amigo, a função pública está contigo!”.O problema no meio disto tudo é que eu sempre ouvi dizer que o sol quando nasce é para todos, pelo que acho que também o Papa, quando cá vem, deve ser para todos. Não devem ser só os funcionários públicos de Fátima, Lisboa ou Porto a papar com uns feriados à borla. O Papa deve fazer uma espécie de volta a Portugal para que em todos os concelhos se possa decretar feriado. Isso sim, era uma medida cristã. Ou há moral ou papamos todos!E as coisas não se ficam por aqui. Porque as origens desta separação de águas já vem de 1917 quando a Nossa Senhora cometeu a injustiça de aparecer só em Fátima, vá lá saber-se porquê, em vez de distinguir o país com a sua imagem um pouco por todo o lado de Norte a Sul. Como faz o “Emplastro” nos campos de futebol, estás a ver? Já reparaste nos privilégios que têm os habitantes de Fátima e arredores à conta disso? Podem fazer promessas por dá cá aquela palha que o máximo que têm que dar aos calcantes são umas escassas centenas de metros. Assim qualquer um pode fazer promessas do género: “Se amanhã não chover vou à capelinha das aparições e aproveito para beber um café pelo caminho”. Um tipo de Freixo de Espada à Cinta ou de Vila Real de Santo António não se pode dar a esse luxo e o melhor que tem a fazer se não quer passar a vida na estrada a dar à sola é só prometer ir a Fátima a pé nos anos em que o Benfica ou o Sporting são campeões. Reflexivo Manuel Serra d’Aire, gostei de te ver fazer justiça ao Nuno Antão, essa promessa da política ribatejana que ainda tem muito para dar. Disso não tenho dúvidas. Ele e os camaradas que o apoiam nas suas divagações facebookianas. E aqueles velhos do Restelo dos tempos da sardinha para três que se andam constantemente a lamuriar de que não foi para isto que se fez o 25 de Abril que metam a viola no saco e adiram ao Facebook se querem saber o que é gozar a vida e ter resmas de amigos.Amizades assim como a que une José Sócrates e Moita Flores. No domingo, o primeiro-ministro esteve de novo em Santarém, desta vez para anunciar a criação na cidade não de um, nem dois mas de três tribunais. Se quando Sócrates deu à câmara escalabitana o Convento de São Francisco foi obsequiado com a medalha de ouro da cidade, o que lhe irá dar Moita Flores agora em troca? O seu novo romance? Uma colecção em DVD das séries televisivas com argumentos seus? O seu antigo crachá da Judite? Com estas interrogações me vou. Saudações socráticas do Serafim das Neves

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