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Viagem à Quinta da Piedade em poesia

Viagem à Quinta da Piedade em poesia

E se por uns instantes pudesse deixar levar-se numa viagem à Quinta da Piedade em poesia? Os poemas estão num recanto do átrio da história na quinta da cidade da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. A obra é dos poetas “Gente Viva” do Ateneu Artístico Vilafranquense. A câmara cedeu as molduras e os detentores das chaves dos sítios mágicos, como a capela, abriram as portas para deixar entrar a inspiração dos poetas. A viagem é uma incursão na quinta de outros tempos, na história dos azulejos, perfume das flores e dos jardins e das igrejas. Não é só inspiração que o rigor histórico está lá. Fazer poesia de encomenda não é tarefa fácil, mas nada que um poeta recuse. Fecha-se o dia e o poeta inicia o trabalho. Maria João Amante reside no Sobralinho. Foi professora do primeiro ciclo e hoje dedica-se a projectos culturais. Ana Gomes, antiga funcionária do Ministério da Educação, e Maria Celeste Leitão, que trabalhou com escriturária, residem em Vila Franca. Escrevem à mão, ao computador, à noite. Ao som de Vivaldi, Zeca Afonso ou Bernardo Sasseti. “A vida é a poesia. Quem vive sem poesia vive angustiado”, diz Ana gomes. “Tal como a pura açucena/ O lugar onde me dou/ O sol que ainda não queimou/ Toda esta terra morena”, escreve Ana Gomes (à esquerda). Maria João Amante (à direita) fala dos frondosos jardins. O conde de Vila Nova, proprietário da Quinta da Piedade, resolveu encomendar a mestres oleiros de Lisboa, a tarefa de executar painéis de azulejo para decorar os espaços do palácio e do jardim. “Despertam mil sensações/ seus azulejos pintados/ E suas damas formosas despertem os corações”. Maria Celeste Leitão (ao centro) canta as árvores no passar do tempo. “Não queiras pedir nada do que vês/ o tempo levou tudo de uma vez/ Segura só o que está por perto/ ampara-as ao sopro do vento/ leva-as contigo para longe, lugar incerto”. “Signum tentâmem” - poema desenhado – convida ao observar na Quinta da Piedade o lado mais profano de uma corte n’aldeia que faz estremecer o coração. “Quem este jardim visita/ Atravessado p’lo tempo/ Canta pedaços do povo/ É a paz que o corpo deseja” dizem as palavras peregrinas do Gente Viva. Mais de uma dezena estão lá. Dos 20 aos 80. A exposição pode ser vista até 13 de Maio. Ana Santiago
Viagem à Quinta da Piedade em poesia

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