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Seminário em Benavente promove racionalização dos consumos de água

Seminário em Benavente promove racionalização dos consumos de água

Consumidores apontam a má qualidade como principal fonte de desperdício

A água fornecida no concelho de Benavente, após o corte do abastecimento, vem suja e é apontada como a maior causa de desperdício. A queixa é dos munícipes de Benavente, que aproveitaram o seminário promovido pela Águas do Ribatejo sobre a racionalização do consumo de água, para debater os problemas de fornecimento no concelho. Coloração da água, mau sabor e problemas com a facturação são outros dos factores apontados.Patrícia Cunha Lopes

A má qualidade da água é apontada pela população de Benavente como a principal razão do desperdício no consumo. Durante o seminário promovido pela Águas do Ribatejo sobre o consumo racional da água, que juntou cerca de sessenta pessoas no Cine-Teatro de Benavente, no dia 7 de Maio, muitos foram os que aproveitaram o tempo dedicado ao debate para apontar o dedo à cor amarelada da água que corre nos canos e aos muitos cortes no abastecimento.“Desde que entrou em funcionamento a Águas do Ribatejo que tenho mais interrupções no fornecimento. O pior é que cada vez que é retomado, a água vem suja e com isso perdem-se litros e litros. Eu tenho termoacumulador e para remover a água que vem suja estou a desperdiçar e a mandar para o lixo duzentos litros de água”, diz indignado Silvestre Pedrosa, morador na Vila das Areias.A situação foi reportada por vários moradores, que consideram que a água vem “contaminada” após a reactivação do abastecimento e por isso não pode ser aproveitada para uso doméstico. O sabor a cloro também foi apontado como factor de desperdício. Maria Henriqueta Salvador diz que a água “não presta” e que muitas pessoas recorreram ao uso de água engarrafada. “Acha que o ser humano vai beber água amarela? A água devia ser incolor”, atirou alguém da assistência enquanto discursava o engenheiro Moura de Campos, director geral da empresa Águas do Ribatejo. António José Ganhão, presidente da câmara e membro do conselho de administração da empresa intermunicipal, deixou claro que não existe perigo para a saúde, mas que na sequência do descontentamento da população, foi feita a experiência na redução do cloro, com claras melhorias no sabor e no aspecto da água. O autarca esclareceu ainda que foi requerida a aquisição de uma viatura para limpeza das condutas, de forma a resolver esta questão.A facturação da Águas do Ribatejo aos munícipes foi outro dos factores apontados como dificuldade no uso racional da água, uma vez que não é efectuada mensalmente como deveria e como tal os clientes não têm controlo sobre os consumos. Por outro lado, a dificuldade de leitura da mesma não permite que maioria dos utilizadores tenha consciência a que corresponde exactamente o valor facturado.“Estive quatro meses sem receber facturas e depois cobraram-me cem euros, quando normalmente pago cerca de catorze por mês”, diz revoltado António Lourenço. Em relação a estas queixas, o director geral da Águas do Ribatejo garantiu, que de momento, a facturação já está a ser feita mensalmente e que o formato das facturas está a ser modificado para que seja facilitada a leitura das mesmas.Quanto à coloração e ao sabor da água, Moura de Campos explicou que no futuro a produção de água “vai ser concentrada em três furos, para fazer uma estação de tratamento das águas, de forma a reduzir ou suprimir a presença do manganês”.O presidente da câmara, António José Ganhão, garantiu também que a autarquia irá fazer a sua parte na racionalização do consumo da água e irá evitar situações de rega de jardins em períodos em que não há necessidade.Subsistema de abastecimento vai criar 40 postos de trabalhoA empreitada de execução do Subsistema de Abastecimento de Água de Benavente/Vale Tripeiro/Samora teve início no dia 3 de Maio, tendo sido adjudicada pela Águas do Ribatejo à sociedade Oliveiras SA por cerca de 5 milhões de euros.“Esta obra tem um grande impacto na criação de emprego na nossa região”, sublinhou António José Ganhão. O presidente da Câmara de Benavente referiu que, dos trinta milhões de euros já adjudicados para obras pela empresa Águas do Ribatejo, vinte milhões foram adjudicados através de concurso público a empresas da região. A Obra do Subsistema de Abastecimento de Água de Benavente/Vale Tripeiro/Samora vai permitir recrutar cerca de quarenta trabalhadores do concelho, desde serventes a engenheiros.A intervenção, que representa um dos maiores investimentos da empresa, tem prazo de execução de 210 dias (sete meses), prevendo-se a sua conclusão no início de 2011.Esta obra irá melhorar de forma significativa a qualidade do abastecimento de água para uma população de cerca de 25 mil pessoas, repartidas pelas freguesias de Benavente e Samora Correia, incluindo os lugares de Porto Alto, Arados, Bilrete e Coutada Velha.O contrato de adjudicação prevê a construção de uma célula do Reservatório de regularização em Vale Tripeiro (Benavente), com cinco mil metros cúbicos de capacidade, e da respectiva câmara de manobras que inclui duas estações elevatórias e dois sistemas adutores em Benavente e Samora Correia e equipamento para tratamento e desinfecção da água.Está também prevista a construção de oito reservatórios e a reabilitação e remodelação das estruturas e equipamentos existentes nas freguesias de Benavente e Samora Correia, que após a inauguração dos novos equipamentos, irão funcionar como reserva.
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