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Empreendedorismo precisa de dedicação e paixão

Empreendedorismo precisa de dedicação e paixão

Francisco Banha e André Março nas Jornadas de Gestão da Escola Superior de Gestão de Santarém
Há quem tenha vontade de investir num negócio e faltam as ideias. Há quem tenha grandes ideias e não encontra investidores. Em ambos os casos pode não faltar capacidade empreendedora mas nesse domínio manda quem pode investir e ajudar a concretizar um negócio. Francisco Banha, gestor da Gesbanha e presidente da Associação de Business Angels de Portugal, e André Março, coordenador da Direcção Regional Sul do Instituto de Apoio e Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), abordaram a temática do empreendedorismo durante a segunda sessão das Jornadas de Gestão da Escola Superior de Gestão de Santarém, realizada 19 de Maio.Perante uma plateia de alunos e docentes, os oradores deram exemplos de como se pode conceber um bom plano de negócio que convença bancos, fundos de capital de risco ou business angels (ver outro texto nesta página) a investirem. Apoios públicos e de capitais de risco não vão faltar com o programa Finicia, do IAPMEI (ver caixa).Para André Março tanto se pode ser empreendedor criando um negócio como pegando numa empresa em dificuldades e pô-la a funcionar. “De preferência, deve-se ter pessoas de diferentes áreas ligadas à gestão e à técnica. O pior que pode acontecer num projecto é ter três gestores, três engenheiros ou três mecânicos”, exemplificou o responsável. Francisco Banha entende que o espírito de empreendedorismo pode contribuir para a criação de empregos inovadores que gerem oportunidades para investidores. “Hoje em dia não há alternativa ao conhecimento e à criatividade humana. O meio empresarial modificou-se, as escolas, os professores e os alunos têm de adaptar-se. Não basta termos conhecimento científico, como se verificou com o exemplo da Qimonda que fechou. É preciso conhecimento relacional, contactos, conhecer línguas ou estar em rede”, afirmou Francisco Banha, lembrando o sucesso com o Google, You Tube, Twitter, Amazon ou Yahoo.Segundo Francisco Banha, a apresentação e defesa de um bom plano de negócio é meio caminho andado para que um projecto seja vencedor e conquiste financiamento. “Primeiro há que definir uma estratégia. Escolher a área geográfica, o tipo de indústria e os segmentos para onde nos dirigimos. Depois, definir como implementar essa estratégia. O marketing, os recursos humanos necessários, a organização e controlo do processo operacional”, concluiu.Ter sucesso com apoio de Business AngelsUm dos exemplos que Francisco Banha deu do sucesso do empreendedorismo foi uma ideia que lhe apresentaram de criação de revestimentos não inflamáveis para mini-fogões que os alpinistas usam a grandes altitudes. Os empreendedores precisavam de 50 mil euros e 100 unidades do produto para mostrar em feiras da Alemanha e Estados Unidos. Uma sociedade de capital de risco recusou apoio. Francisco Banha deu um empurrão. Faltavam produzir as 100 unidades. “Precisava-mos de costureira, falei com a minha tia. Como eram cem unidades e são precisas máquinas de costura, falei com a directora da prisão de Sintra, que conhecia. Esta falou para a prisão de feminina de Tires, onde há muitas máquinas de costura. Estava conseguida a encomenda”, exemplificou o gestor. Hoje em dia a empresa Ortik, onde Francisco Banha tem uma participação de nove por cento, está a vender material para 16 países. Já produz tendas, colchões, abrigos que manda fazer na China e começou no simples revestimento para mini-fogões de alpinistas.Os business angels são capitalistas de risco que cobrem as necessidades de financiamento a que o capital de risco e os bancos não costumam dar respostas. Pretendem reinvestir uma parte dos seus capitais em empresas que lhes possam permitir obter resultados atractivos no futuro.
Empreendedorismo precisa de dedicação e paixão

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