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Luta pelo concelho de Fátima em compasso de espera

Autarcas entendem que neste momento atenções devem concentrar-se noutros projectos
A luta pelo concelho de Fátima, encetada em 1988 na assembleia de freguesia local, está actualmente em “compasso de espera”, admitiu o presidente daquele órgão, Eugénio Lucas. “Razões externas relacionadas com a crise nacional e internacional e razões locais, relacionadas com um novo executivo camarário, creio serem as principais razões para um compasso de espera na retoma desta causa”, afirmou Eugénio Lucas, convicto de que a médio prazo “será reavivada”.Para o autarca social-democrata, existem três momentos em que a criação do concelho de Fátima “poderia e deveria ser discutida”: acentuar da necessidade de autonomia administrativa face à sede de concelho, Ourém, a discussão de um processo de regionalização e reforma administrativa ou em 2017, no decurso do centenário das aparições marianas de Fátima.Nesse sentido, Eugénio Lucas interroga-se “se este será o momento mais oportuno para voltar a dar visibilidade pública ao movimento associado a esta causa”, opinião corroborada pelo presidente da Junta de Freguesia de Fátima. Natálio Reis, recentemente eleito presidente da Concelhia de Ourém do PSD, declarou que “este não é o momento oportuno”, recusando, no entanto, qualquer desinteresse na causa.“O trabalho deve ser concentrado na requalificação da cidade de Fátima até 2017”, defendeu o presidente da junta, que apontou, ainda, a necessidade de se estar atento a uma eventual reforma administrativa.Já o antigo deputado eleito pelo círculo de Santarém, Mário Albuquerque, que foi o primeiro subscritor do projecto de lei para a criação do concelho de Fátima, considerou que “neste momento não existem condições políticas para a criação de municípios”.Mário Albuquerque (PSD), que foi também presidente da Câmara de Ourém, apontou a existência de “razões relacionadas com indefinições em matéria de ordenamento do território e reservas, que parecem consensualizadas, no seio das mais representativas instâncias do poder em termos de criação de municípios”.Ainda assim, o antigo parlamentar disse acreditar que, “mais tarde ou mais cedo”, Fátima acabará por ser reconhecida com o estatuto de município, devido, entre outras razões, à sua dimensão espiritual.Por seu turno, o último líder do movimento pró concelho de Fátima, Júlio Silva, acrescentou que “continua a fazer sentido hoje, como no passado”, a criação do concelho. “Pelo seu carácter diferente e especial, e porque continuam a existir carências a vários níveis”, observou Júlio Silva, considerando que a inexistência de condições políticas é uma “falsa questão”.O presidente da Câmara de Ourém, órgão que no passado votou favoravelmente a emancipação da freguesia de Fátima, discorda do antigo líder do movimento, referindo que o que faz sentido é promover a harmonia do concelho. “Só alguém distraído é que poderá andar preocupado com essas questões que hoje não estão em cima da mesa”, adiantou o socialista Paulo Fonseca, referindo existir “uma certa concordância no diverso espectro político, mas também no institucional” sobre esta matéria.Questionado sobre a pertinência de uma futura designação Ourém/Fátima para o concelho, respondeu: “Nunca digo desta água não beberei”. “Se porventura houver momentos em que é necessário utilizar uma sigla dessa natureza, não vejo que venha qualquer mal ao mundo”, acrescentou, para imediatamente exemplificar onde: nas camisolas do Centro Desportivo de Fátima, se subisse à I Liga do futebol nacional.

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