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Uma freguesia às portas de Lisboa que ainda pulsa ao ritmo da tradição

Festas do Forte da Casa entusiasmam muitos cidadãos da terra e de fora
Mudar as mentalidades é precisoEdgar Perdigão, 51 anos, empresário Mudar a mentalidade da população que reside no Forte da Casa pode ser um primeiro passo para que a vila deixe de ser um dormitório. A opinião é de Edgar Perdigão, empresário, que há quase 17 anos trabalha no Forte da Casa. O café que gere com a mulher fica à entrada da vila, próximo do retail park. Por esse motivo é difícil ver a festa que se aproxima. “As festas nunca são feitas na entrada da vila, o que é pena”, refere a O MIRANTE. Com 51 anos este empresário lamenta que o Forte da Casa seja um dormitório da capital e diz que gostava de ver as pessoas a conviver mais entre si. “Se sairmos à rua durante a noite isto é um deserto. Se andamos na rua durante o dia vê-se meia dúzia de pessoas. Depois do trabalho as pessoas enfiam-se em casa”, lamenta. Confessa não gostar particulamente da zona, mas ressalva que estar no Forte da Casa ou em Alverca “é igual”.Mais dinamização para a zona antiga da vilaNazaré Inácio, 46 anos, empresária“Faz muita falta dinamizar as festas na zona antiga do Forte da Casa”. Quem o diz é Nazaré Inácio, 46 anos. Nasceu em Ponte de Lima mas veio para a freguesia com 26 anos. As festas são uma oportunidade para encontrar velhos amigos mas, para esta empresária, seria necessário repensar o modelo em que são feitas. “Não era má ideia fazer-se a festa em locais diferentes todos os anos. Eu costumo ir sempre ver a festa, o problema é que fica muito longe daqui”. As festas são quase sempre na zona da segunda fase do Forte da Casa e em 2008 nem música, tão pouco bandeiras, chegaram à zona velha da vila. “Os comerciantes juntaram-se em protesto e lá conseguiram que no ano passado metessem aqui umas luzes”, explica. Considera que o Forte da Casa é uma boa terra para viver. O rápido crescimento da freguesia não a preocupa. “Não é necessariamente mau. Pode também trazer muito desenvolvimento”, conclui.Uma festa jovem que ainda tem que crescerMaria José, 56 anos, naturóloga“As festas da vila não me dizem nada, são muito pobres e não têm nada que me atraia”, lamenta Maria José, 56 anos. A naturóloga considera que o Forte da Casa é uma boa vila para viver e por isso tem pena que a falta de civismo estrague a festa. “Eu não consigo ir para a oferta das sardinhas. A falta de civismo das pessoas enerva-me. Quando vejo gente a ir com baldes e sacos de plástico carregar sardinhas assadas para levarem para casa fico bastante irritada”, lamenta. Maria José acredita que as festas são muito jovens e podem melhorar com o decorrer dos anos. A falta de espaços verdes é o principal problema da vila. “Porque somos uma boa terra para viver. Eu gosto do bairrismo que ainda existe na zona mais antiga do Forte da Casa. Infelizmente as novas zonas são dormitórios”. O crescimento da freguesia não é um problema para Maria José. “Tudo tem de evoluir”, garante, acrescentando que “o importante é as pessoas cuidarem dos espaços públicos”.Uma comunidade de gente amigaLiliana Caldinho, 31 anosVeio morar para o Forte da Casa aos cinco anos e adora a freguesia. Liliana Caldinho, 31 anos, garante nunca faltar às festas da vila, que considera que são uma boa oportunidade para passear e conviver com outras pessoas. “Todos os anos vou ver a festa e este ano vou de certeza. Em 2009 estava muito bem organizada, até em termos da sua localização. Acho que a festa pode continuar naquele local. Não se pode agradar a todos”, defende. Considera que o Forte da Casa é uma terra de gente amiga e de boa vizinhança, especialmente na zona mais antiga da vila. “As zonas mais recentes são dormitórios. Hoje em dia temos boa cobertura policial e boas instalações de saúde. Acho que a única coisa que vai faltando na freguesia são mais espaços verdes e parques para as crianças. Temos vários parques mas estão todos estragados”, lamenta.Dias de festa para fugir à rotina do dia-a-diaMaria de Jesus Dias, 53 anos, floristaMaria de Jesus Dias, 53 anos, garante que é bom viver na terra que a acolheu e que viu nascer os seus filhos. A florista é natural do concelho de Mação, mas mudou-se para a freguesia do Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, há 30 anos. Confessa que costuma ir à festa em honra do Sagrado Coração de Jesus que anualmente se realiza na freguesia. “É bom pois as pessoas também precisam de animação e de saírem um pouco da rotina do dia-a-dia. Fartos de trabalhar andamos nós”, refere com um sorriso.Faz parte do Grupo de Cavaquinhos do Forte da Casa e a música é o que a mais cativa durante os dias festivos. Sempre que pode desloca-se até junto das iniciativas. Quanto ao que falta na freguesia não tem dúvidas. “Um espaço onde os idosos possam conviver e passar o dia”.Uma terra sossegada para trabalharGertrudes Freitas, 36 anos, funcionária de empresa de comércio de ferroGertrudes Freitas, 36 anos, funcionária de uma empresa ligada ao comércio de ferro e construções, não tem por hábito ir às festas em honra do Sagrado Coração de Jesus, no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira. Mora na vizinha freguesia de São João dos Montes, situada a poucos quilómetros do seu local de trabalho, e considera que Forte da Casa é uma terra calma e sossegada. “Pelo menos até agora”, ressalva.Há cinco anos que todos os dias apanha a cada vez mais saturada Estrada Nacional 10 para fazer o percurso que separa a casa do trabalho. Gertrudes Freitas diz que não é aficionada nem gosta de toiros. Como apenas trabalha no Forte da Casa não tem uma opinião formada sobre o que realmente faz falta na freguesia.O desenvolvimento paralelo à EN10 João Gomes, 30 anos, responsável de sapatariaJoão Gomes, 30 anos, reside da Póvoa de Santa Iria mas é na freguesia do Forte da Casa que passa os seus dias. É responsável por uma sapataria localizada junto à Estrada Nacional 10. Não gosta de festas populares e nunca visitou as festas em honra do Sagrado Coração de Jesus que se realizam no Forte da Casa. Diz sentir-se bem na freguesia e garante que esta tem evoluído nos últimos anos dentro das condições possíveis. “O pouco que o Forte da Casa tem evoluído é junto à Estrada Nacional 10 e nos prédios da terceira fase. Ao nível de serviços também pouco cresceu a não ser esta zona de comércio que foi criada desde há cinco anos”, lamenta João Gomes que deixa ainda um alerta: “ Criam-se os espaços verdes mas depois não há quem tome conta deles”.

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