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Governo deixa de fora projecto de investimento em biocombustíveis para a Chamusca

Governo deixa de fora projecto de investimento em biocombustíveis para a Chamusca

Administrador da Cobin critica manutenção do bioetanol fora do plano das Renováveis

O administrador da Cobin, Combustíveis Biológicos Internacionais, na Chamusca, Amaral Netto, considera que se está a “matar” a produção de bioetanol que é a mais interessante para a agricultura regional e nacional.

O administrador da Cobin, Combustíveis Biológicos Internacionais, na Chamusca, lamenta que o Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER) continue a impedir a produção de bioetanol, a única que considera interessante para a agricultura regional e nacional. João Amaral Netto aguarda desde 2007 por legislação que permita avançar com um investimento que, disse, permitiria a Portugal cumprir o objectivo de 10 por cento de incorporação de biocombustíveis nos combustíveis líquidos para os transportes rodoviários, apontado no PNAER como meta para 2020.Acusando os responsáveis pela elaboração do plano de subserviência à Galp, Amaral Netto diz que o PNAER, colocado em consulta pública no início do mês, veio “matar” a única opção interessante para o sector primário, no domínio dos biocombustíveis, ao considerar apenas a produção de biodiesel. O plano, que o Governo terá que submeter à Comissão Europeia, refere que o aparelho refinador nacional produz “um excesso de gasolina e um défice de gasóleo (o que nos obriga a importar da Rússia este tipo de combustível) ”, fundamentando a “aposta nos biocombustíveis na produção de substitutos do gasóleo”.“No futuro, com a entrada em funcionamento da nova unidade de refinação de Sines, esta situação poderá ser atenuada, através de uma maior produção de gasóleo, abrindo perspectivas aos biocombustíveis substitutos da gasolina”, afirma o PNAER. “Não conheço maior subserviência à Galp. Parece um documento interno da Galp que só aceita o bioetanol como substituto renovável para a gasolina em função das suas conveniências próprias”, diz Amaral Netto. No seu entender, ao verter esta posição num documento oficial a remeter à União Europeia, “parece que a Galp manda no Governo”.Amaral Netto sublinhou que a opção pelo biodiesel (substituto do gasóleo) implica forçosamente a importação, na sua grande maioria, das matérias-primas necessárias (oleaginosas), o que não acontece com a produção de bioetanol (substituto da gasolina). O projeto da Cobin passa, numa primeira fase, pela construção de uma refinaria no EcoParque do Relvão, na Chamusca, inicialmente para produção de bioetanol a partir de milho, evoluindo para uma produção de segunda geração, a partir de palha e celulose, disse.A segunda fase prevê a construção, “passados quatro ou cinco anos”, de uma refinaria na zona do Alqueva para transformação de cana-de-açucar, uma cultura que Amaral Netto considera que poderia ser uma boa opção já que “ninguém sabe o que fazer ao regadio” naquela região do Alentejo. Segundo disse, o objectivo da União Europeia de incorporação de 10 por cento de bioetanol na gasolina irá criar mais de 225000 empregos sustentáveis na Europa. “O nosso projecto é cada vez mais válido”, afirmou Amaral Netto, lamentando que Portugal não acompanhe o resto da Europa, onde “estão todos a trabalhar em conjunto numa área onde a inovação é constante” e onde não terá dificuldades em encontrar parceiros para o negócio.
Governo deixa de fora projecto de investimento em biocombustíveis para a Chamusca

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