Natural da Romeira, concelho de Santarém, Sérgio Monsanto apostou na freguesia. Primeiro acompanhou o pai na oficina de mecânica onde esteve durante quatro anos. Aliás, depois de cumprir o serviço militar, Sérgio Monsanto apenas esteve ligado ao sector automóvel, em diferentes actividades. Foi durante seis anos gestor de pós-venda da Mistubishi em Santarém, a que se seguiram três anos na Brisa. Na concessionária de auto-estradas foi oficial de circulação, que o mesmo é dizer, circulava com a viatura de assistência para dar apoio aos automobilistas com problemas nas auto-estradas A8 e A15. “Apesar de ser um emprego estável nunca me senti seduzido, a minha ambição sem foi ter o meu próprio negócio. Por isso, é que nas horas livres trabalhava na oficina de mecânica”, conta o jovem empresário.Há quatro anos que deu apoio ao pai na oficina, seguindo o negócio da família mas Sérgio foi mais ambicioso e quis dar um passo em frente. Adquiriu um parque de sucata também na Romeira e, dois anos depois, criou a Rectapeças num terreno oposto ao do parque de sucata, de que prescindiu. Actualmente desenvolve o negócio de um centro de abate de veículos em fim de vida, fazendo recolhas gratuitas em grande parte do país, desde a região, passando por Lisboa e até ao Algarve. O centro de abate de veículos em fim de vida pouco tem a ver com um parque de sucata. O espaço prima pela organização e pela limpeza. No caso da Rectapeças, o espaço de laboração tem cinco mil metros quadrados de área. Assim que se passa o portão da entrada fica a zona dos chamados veículos contaminados. O parque tem capacidade para cerca de 200 viaturas e conta com as viaturas que ainda não foram intervencionadas. O passo seguinte é levá-las para a área coberta, para a zona de descontaminação. É aí que líquidos como o óleo do motor e dos travões, o gasóleo e a gasolina, a água do radiador e do reservatório do limpa pára-brisas são aspiradas para dentro de reservatórios específicos.Depois de despojados desses produtos, que são recolhidos por empresas da especialidade, os veículos seguem para a secção de desmantelamento, para aproveitamento das peças que estão em condições de serem vendidas. O último espaço é o parque de descontaminação no qual os veículos estão prontos para seguir para o abate. O respeito pelas regras ambientais é um ponto de ordem numa actividade supervisionada e fiscalizada pela Direcção Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (DGAOT) e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). O chão de cimento não tem mácula e está limpo. Não há peças espalhadas. A seguir ao parque de viaturas existe um longo armário organizado com dezenas de portas de veículos usados para venda. No pavilhão há grandes armários com todo o tipo de peças e componentes do automóvel para venda. Catalisadores, motores, portas, pára-choques, auto-rádios, entre muitas outras centenas de peças. Além de ir buscar os carros em fim de vida para venda de peças, Sérgio Monsanto aposta principalmente em quatro marcas: Peugeot, Renault, Citroen e Mercedes. “Costumo importar veículos dessas marcas, que têm peças mais recentes, a par de serem também as marcadas mais comercializadas no país. A par disso, a Mercedes é a minha marca preferida e há sempre muita procura de peças para os modelos CDI”, conta o jovem empresário.O dia de Sérgio começa às oito da manhã. Chega ao escritório e dedica uma hora planear o dia para si e para os seus dois colaboradores do centro. Faz um pouco de tudo. Coordena, ajuda a desmentelar viaturas, coloca-os no parque com recurso a uma empilhadora, atende os telefonemas e recebe os clientes. De tarde, costuma fazer deslocações, ver negócios ou tratar de encomendas.