Uma brisa traz um leve cheiro a fritos, proveniente das roulottes que vendem farturas. Os relógios marcam as 20h00. Apesar da pouca luz ainda há centenas de corajosos que desafiam os touros nas largadas das festas da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira. Próximo do local da acção um grupo de três bombeiros passa despercebido a quem corre para ver os animais. “Estão com sorte senhores, que o toiro hoje é manso, não vos dá trabalho”, ironiza um espectador para os três bombeiros que, apesar de gostarem de touradas, não podem apreciar o espectáculo. Filipa Santos, Paulo Pereira e Ivo Leitão são três bombeiros da corporação da Póvoa de Santa Iria. Juntamente com outras dezenas de efectivos estão prontos para assegurarem o socorro durante as festas que decorreram entre 2 e 5 de Setembro. Gostam dos festejos da cidade mas não os podem ver. Os seus amigos e familiares andam algures no recinto, a divertirem-se, enquanto Filipa, Paulo e Ivo estão de prevenção. “Pequeno sacrifício”, dizem, quando se trata de vestir a camisola dos soldados da paz. E de vestir a camisola percebe Paulo, que cancelou as férias para vir ajudar os colegas. “Ainda hoje de manhã estava na piscina e regressei para dar uma ajuda ao pessoal que estava aqui de serviço”, confessa. Enquanto os “olé” vão soando das bancadas, Ivo Leitão garante a O MIRANTE que a experiência do bombeiro durante as festas é única. “Acabamos por ter uma vivência diferente do resto das pessoas, vivemos a festa à nossa maneira, com muito espírito de grupo”, garante. Também Filipa confessa que “quem corre por gosto não cansa”. Filipe Matias