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Secretária de Estado recebida com manifestação em Constância

Secretária de Estado recebida com manifestação em Constância

Idália Moniz sofreu na pele os transtornos que o encerramento da ponte sobre o Tejo acarreta

Governante foi convidada a presidir a cerimónia que marca o arranque da construção de um novo lar da Santa Casa da Misericórdia na aldeia de Santa Margarida da Coutada e teve que atravessar o rio de barco. Elsa Ribeiro Gonçalves

O momento era de festa mas a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, viu-se obrigada a apelar ao diálogo após ter sido confrontada em Santa Margarida da Coutada, Constância, por cerca de 50 pessoas que exigiam respostas para o encerramento da ponte sobre o Tejo naquele concelho. Munidas de faixas negras, em sinal de luto, os manifestantes - de várias faixas etárias - quiseram mostrar o seu desagrado à representante do Governo, essencialmente pela forma “humilhante” como foram recebidos na quinta-feira, 26 de Agosto, em Lisboa onde elementos de uma comissão de utentes procuraram obter respostas por parte do ministro das obras Públicas. Idália Moniz deslocou-se a Constância na tarde de quarta-feira, 1 de Setembro, no âmbito da cerimónia comemorativa dos 450 anos da Santa Casa da Misericórdia local, tendo sido convidada a presidir ao lançamento da primeira pedra da construção de um lar de idosos em Santa Margarida da Coutada, na outra margem do rio (ver outro texto nesta edição). Chegou à sede da Misericórdia, cerca das 17h00, de sapatos altos a combinar com o tailleur branco que usava, mas mostrou já saber ao que vinha e, meia-hora mais tarde, quando entrou no pequeno barco a motor já levava um calçado bem mais confortável para fazer a travessia de barco, o que nunca tinha feito. Vestiu o colete salva-vidas e atravessou o rio no pequeno barco a motor, deslocando-se em seguida no mini-autocarro da autarquia até à aldeia de Santa Margarida da Coutada, a seis quilómetros, local onde iria decorrer a cerimónia. Perto do terreno descampado, aguardava-a um grupo de manifestantes e ao passar por eles a governante parou para os cumprimentar, tratando-os por “amigos” e pedindo que lhe falassem no mesmo tom com o qual se dirigia a eles. “Sou ribatejana de sequeiro, tenho um medo da água que me pelo mas foi com grande gosto que passei hoje o rio convosco”, confessou mais tarde aos presentes, já na fase final do discurso da cerimónia a que presidiu.Na ocasião, a governante recebeu um documento expositivo da situação “caótica” vivida desde dia 20 de Julho por população e empresários das freguesias de Santa Margarida, em Constância, e de Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha, devido ao encerramento da travessia que faz a ligação entre os dois municípios. Argumentou não conhecer a questão em profundidade mas apelou ao “diálogo e pragmatismo” para que se venha a resolver a situação no mais curto espaço de tempo. Idália Moniz pediu ainda aos habitantes que acreditassem nas capacidades do actual presidente da Câmara de Constância, Máximo Ferreira (CDU), a quem viria mais tarde a fazer um elogio público. “Não interessa chorar sobre o leite derramado. Interessa fazer das nossas fraquezas pontos de partida para resolver as situações”, disse Idália Moniz, reiterando, sem assumir quaisquer compromissos, a opinião de que “existem hoje condições para que o processo seja levado a um bom porto”. A população promete continuar a lutar pela reabertura da travessia e O MIRANTE sabe que uma das próximas acções pode vir a passar pela organização de um mega-piquenique em cima do tabuleiro, uma iniciativa ainda sem data anunciada.
Secretária de Estado recebida com manifestação em Constância

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