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“É uma pena não se estimular mais a criatividade dos estudantes”

“É uma pena não se estimular mais a criatividade dos estudantes”

David Almeida, 33 anos, professor de Inglês na “Linguacultura”, Santarém
A sua vida académica começou nos Estados Unidos da América e só aos 15 anos veio para Portugal. Do seu primeiro contacto com a escola memorizou sensações. “As sensações de medo e de insegurança. De não querer largar a mão da minha mãe”.Mas o receio foi atenuado por uma outra sensação que lembra a sorrir. “Reparei também numa rapariga, foi logo ali uma paixão”, refere rindo. E foi sobretudo um dia de descoberta, pois até ali havia vivido muito fechado em casa.Do ensino americano para o português notou grandes diferenças quando, já adolescente, se viu num sistema mais exigente do que aquele que estava habituado. “Nos Estados Unidos havia menos rigor em termos de avaliações, mas nas aulas havia muita criatividade”, explica. “Tivemos a oportunidade de escrever poesia, acho que o meu prazer pela leitura começou na escola”.Já em Portugal, apesar de notar à partida um sistema de ensino mais exigente, este acabou por ser “uma desilusão”. “Não se estimula a criatividade”, nota. Apesar de algumas dificuldades a nível da escrita do português, acabou por achar tudo bastante fácil e tirou boas notas.Formado em Português-Inglês, um curso que tirou porque “gostava” e não a pensar num emprego futuro, refere que o gosto pela leitura se desenvolveu com uma professora da 4ª classe. “Incentivava os alunos, até com pequenas competições para ver quem lia mais e não fazia juízos de valor quanto ao tipo de leitura. Tudo valia, mesmo que fosse banda-desenhada. Foi óptimo” declara. “A geração de hoje tem muitas mais distracções. Há excesso de informação e há que fazer várias tarefas ao mesmo tempo. É uma pena que não consigam estar quietos e em silêncio consigo próprios porque o desenvolvimento da identidade passa por isso também”, conclui.
“É uma pena não se estimular mais a criatividade dos estudantes”

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