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População de Virtudes mostra-se contra transformação do convento em espaço multiusos

População de Virtudes mostra-se contra transformação do convento em espaço multiusos

A ideia de realizar banquetes e festas no recém recuperado mosteiro não agrada aos moradores

Os moradores de Virtudes, na freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, não querem que o convento, recuperado recentemente pela câmara municipal, seja usado como espaço multiusos. O MIRANTE ouviu as opiniões no dia em que a aldeia se engalanou para recriar uma feira medieval.

A intenção da Câmara Municipal de Azambuja de tornar o Convento de Virtudes, na freguesia de Aveiras de Baixo, num espaço multiusos para acolher festas, baptizados e banquetes não colhe simpatia na aldeia. Em causa está a decisão anunciada pelo presidente do município, Joaquim Ramos (PS), que pretende alugar o espaço a todos os interessados e dessa forma rentabilizar o investimento feito na sua recuperação, que ronda os 500 mil euros.Para os moradores, ouvidos por O MIRANTE durante a tradicional feira medieval, que se realizou no dia 12 de Setembro, o convento é um espaço de culto e por isso deverá ser usado para actividades religiosas. “Não faz grande sentido ter um espaço daqueles, que foi outrora um local de devoção, transformado num salão de baile e de festas. Não faz sentido termos uma mesa colocada ali dentro e estar um grupo de pessoas a comer e a beber. Aquilo não é uma tertúlia, é um templo. O que querem fazer é um atentado”, critica Cristina Amorim, moradora.Também para Carlos Rovisco, presidente da Associação Cultural e Recreativa de Virtudes a iniciativa do presidente merece um reparo. “Eu acho que ele pode ser usado para várias finalidades embora não esteja de acordo com algumas coisas. Está para ser assinado um protocolo entre a associação, junta de freguesia e a câmara municipal e nós aí vamos ter uma palavra a dizer sobre aquilo que nos agrada e nos desagrada. A questão dos almoços e dos bailes dentro do convento a nós não nos parece bem”, refere o responsável.Para Fernando Bento, morador da aldeia, transformar o convento num salão de banquetes é uma barbárie. “Aquele património devia ser respeitado porque apesar de já não receber orações ainda tem muitos traços da antiga devoção que aqui se fazia. Mesmo que já não seja uma igreja pode sempre ser um retiro espiritual e emocional”, defende. Apesar da grande maioria dos moradores se mostrar descontente com a ideia, Francisco Pires, outro residente, concorda com a ideia camarária. “Penso que poderá trazer à aldeia muitas pessoas e com isso dinamizar um pouco o comércio”, defende.No discurso de abertura da Feira Medieval o presidente Joaquim Ramos voltou a frisar que o imóvel é propriedade da Câmara Municipal, foi recuperado “integralmente com dinheiros da câmara” e que por isso a sua transformação em espaço multiusos “é a única forma de rentabilizar o investimento realizado, seja através de festas ou de banquetes”. O assunto, recorde-se, foi debatido numa das últimas reuniões públicas do executivo. Na altura o vereador social-democrata, António Jorge Lopes, eleito pela Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, mostrou-se contra a iniciativa e acusou o presidente de transformar o monumento num local de “manifestações profanas”.
População de Virtudes mostra-se contra transformação do convento em espaço multiusos

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