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Imaculado Manuel Serra d’Aire

O presidente da Câmara de Santarém não perde oportunidade para dar nas vistas. Não lhe basta as aparições televisivas, os livros que escreve, os comentários policiais e por aí fora. Agora resolveu lançar uma petição em defesa da festa brava. Como sabes, a tauromaquia está ameaçada por aquele grupo barulhento que costuma postar-se à porta do Campo Pequeno quando há corridas. Vai daí, o diligente autarca e ex-inspector da Judite, defensor dos fracos e oprimidos, onde neste caso se incluem toureiros, forcados, ganadeiros, apoderados, borlistas das trincheiras e obviamente os toiros e cabrestos, decidiu meter-se ao barulho. E como arma escolheu uma petição na Internet onde se propõe recolher 100 mil assinaturas num ano para mostrar que o povo está com ele e com as tradições indígenas. É obra, se pensarmos que não é preciso sequer um décimo dessas assinaturas para se ser candidato à Presidência da República. Vamos ver o que sai dali, mas já o povo diz que não se deve ser peco a pedir. E se o autarca está nessa onda podia aproveitar também para solicitar um pequeno donativo aos peticionários para ajudar a sanear as finanças do município. Emblemático e insofismável Manel tive a prova de que afinal o país político não pára em Agosto. Na Câmara de Santarém, um zeloso vereador esteve de vigília aos incêndios durante todo o Verão, de dia e de noite, e ainda por cima de borla. Quem fez questão de anunciar o feito foi o presidente da autarquia, o escritor Moita Flores, que poderá ter ali matéria para mais um romance. O voluntarioso autarca chama-se, apropriadamente, Valente e teve agora como recompensa ser colocado a tempo inteiro, já com ordenado autárquico que se veja. E como não há mal que sempre dure, vêm aí os meses de Outono e Inverno para poder pôr o sono em dia.Também no Governo houve quem vergasse a mola enquanto a maioria se refastelava na areia a mirar os biquinis. Pelo menos no Ministério da Agricultura, alguém teve de trabalhar nesse mês de ócio para receber os novos bólides encomendados para o sr. ministro e companhia e pagos com o dinheiro do Zé. Não do Sócrates, sublinhe-se, mas do outro, o Povinho. Não sei se o magnificente secretário de Estado das Florestas Rui Barreiro foi igualmente bafejado com um Mercedes novinho em folha. Espero que sim, porque servidores do Estado da sua estirpe não merecem andar em qualquer carripana. Embora no seu caso, dado que tutela a área das florestas, devia ainda ser contemplado com um kit composto por uma moto-serra, uma enxada e um ancinho, para o que der e vier…Por último, lanço-te uma questão que me anda a atormentar: por que razão vai o primeiro-ministro José Sócrates tanta vez a Vila Franca de Xira? Estará a fazer o reconhecimento do caminho para sair de Lisboa e se pôr ao fresco?Cortesias do Serafim das Neves

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