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Presidente do Agrupamento de Vila Franca de Xira defende mais autonomia para as escolas

Teodoro Roque considera que estabelecimentos devem apostar na diferenciação para melhorar resultados

O presidente do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz, em Vila Franca de Xira, mostra-se preocupado com o facto de existirem cada vez menos alunos interessados em aprender. Na semana em que se iniciou mais um ano lectivo Teodoro Roque defendeu mais autonomia para as escolas.

Há cada vez menos alunos preocupados em aprender. O aviso, em jeito de alerta, foi deixado pelo presidente da comissão administrativa provisória do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz, em Vila Franca de Xira, a poucos dias do início de mais um ano lectivo. Teodoro Roque – que ocupou o cargo de director da Escola Secundária Alves Redol até 1 de Agosto, altura em que o estabelecimento de ensino passou a integrar o Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz – discursava antes da cerimónia de entrega dos diplomas aos 113 finalistas da Secundária Alves Redol, que decorreu no final da tarde de quarta-feira, 8 de Setembro, no estabelecimento de ensino (ver caixa).“Encontrei neste vasto número de alunos o melhor que a escola pública tem. Mas isso está a diminuir. Hoje temos na escola pública cada vez menos alunos com a preocupação pelo saber”, disse o responsável perante uma plateia preenchida.No final da sessão e depois de interpelado por O MIRANTE, Teodoro Roque foi mais longe. “A partir do momento em que defendemos uma escolaridade obrigatória de 12 anos, vamos passar a ter, não só aqueles que se revêem neste modelo de ensino, mas também todos os outros. E é importante saber aquilo que se quer”, salientou, apontando um caminho. “A escola pública precisa de fazer alguns ajustamentos porque estamos também a receber aqueles alunos que não querem cá andar. E esses às vezes prejudicam o ritmo de funcionamento. Defendo a autonomia das escolas na perspectiva de se poder organizar para dar as respostas e criar essa diferenciação, do modo que entender, para ter bons resultados escolares”, refere Teodoro Roque.O professor considera que essa diferenciação não irá criar divisões nem discriminações. “Naturalmente que os bons alunos também se queixam às vezes de que são um pouco refreados nas suas aprendizagens pelos outros colegas. Mas acredito que os professores têm conseguido, por novas metodologias, por dinâmica de grupo, tentado resolver essa situação. Começamos a ter necessidade também de poder com os nossos conhecimentos e enquanto profissionais dar outra organização às turmas”, defende o residente.Teodoro Roque garante que é preciso apostar na melhoria dos resultados escolares. No seu entender há ainda disciplinas em que é necessário reforçar o trabalho e a atenção para que os alunos possam melhorar as suas notas. “Nomeadamente a História e Português que é determinante”, afirma o docente.O investigador e a fotógrafaAndré Lopes e Cátia Silva, ambos de 18 anos, receberam o prémio de mérito da Escola Secundária Alves Redol, em Vila Franca de Xira, por terem sido os melhores alunos a concluir o ensino secundário no último ano lectivo. Os dois jovens fazem parte do grupo de 113 finalistas que recebeu os respectivos diplomas.André Lopes acabou o curso de ciências e tecnologias do ensino regular com média de 19 valores. Para isso muito contribuiram os 20 valores que atingiu a matemática no 12º ano. “Não considero que tenha sido difícil. Se tivermos empenho e vontade as coisas tornam-se mais fáceis. Quem vem para aqui e não trabalha é óbvio que não poderá ter bons resultados”, refere o estudante. Quando questionado sobre a ideia de que quem é bom aluno normalmente não faz mais nada na vida é claro: “Isso é mentira. Saio imenso com os meus colegas. Tenho tempo para sociabilizar e divertir. É tudo uma questão de saber geri-lo”, revela André Lopes que segue para o Instituto Superior Técnico para estudar Engenharia Física. O objectivo é ser investigador e professor universitário.A seu lado está Cátia Silva que concluiu o curso profissional técnico de fotografia com nota final de 17 valores. No último dos três anos a jovem mudou-se para a Amadora. Apesar da distância nunca pensou em desistir do curso. “Com muito esforço, luta de todos e a ajuda do professor conseguimos estar aqui hoje a receber o nosso diploma”, refere. No futuro imediato Cátia Silva vai investir na formação e em cursos na área da fotografia, a sua grande paixão. Daqui a três anos pensa ingressar na faculdade.Problema do pessoal não docente já está resolvidoUm dos problemas que se vem arrastando ao longo dos últimos anos na Escola Secundária Alves Redol prende-se com a falta de auxiliares de acção educativa, mas no presente ano lectivo o presidente da comissão administrativa provisória do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz, em Vila Franca de Xira, garante que essa situação está resolvida. “Como as turmas do terceiro ciclo passaram da Escola Vasco Moniz para a Secundária Alves Redol foi-nos possível trazer três auxiliares de acção. Vamos arrancar o ano com o problema do pessoal não docente resolvido”, assegura Teodoro Roque.

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