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Teresa Rita é campeã nacional de Jiu-Jitsu pelo Judo Clube de Coruche

Teresa Rita é campeã nacional de Jiu-Jitsu pelo Judo Clube de Coruche

Título nacional foi conseguido em Viana do Alentejo em Abril

Atleta de 16 anos já soma dois títulos nacionais naquela arte marcial e tem o sonho de um dia participar nos Jogos Olímpicos naquela modalidade. Tem ainda a ambição de ser instrutora de jiu-jitsu.

Tem apenas 16 anos e já soma dois títulos nacionais da arte marcial do jiu-jitsu. Teresa Rita, natural de Coruche, conquistou o último campeonato a 24 de Abril, em Viana do Alentejo. Estuda desporto em Santarém, quer ser instrutora de jiu-jitsu e tem o sonho de um dia participar nos jogos olímpicos quando a modalidade for eleita para a competição desportiva universal. O seu trajecto começou apenas há três anos no Judo Clube de Coruche (JCC).Teresa Rita sempre gostou de artes marciais e cada vez que via os filmes de acção com essas imagens pensava em aprender. Experimentou uma ou duas vezes aulas de capoeira e cedeu aos convites que o mestre Manuel Lobeiro, do JCC, fazia ao seu pai para a integrar na modalidade. Entre o judo e o jiu-jitsu, optou pela segunda. “Não gosto muito de judo. O jiu-jitsu é parecido com judo mas tem mais do que pegas e projecções. Tem pontapés, murros, várias sequências, projecção e imobilização”, explica Teresa Rita, natural de Coruche. Não costuma aplicar os conhecimentos nos outros, nem se considera brigona. “Só uso para competição, não me meto em conflitos. A modalidade levanta a auto-estima, descontrai quando se anda na rua e acalma, além de auto-disciplinar”, garante.A jovem atleta não participou nos Campeonatos da Europa de Jiu-Jitsu disputados na Áustria para os quais estava convocada pela selecção nacional, por falta de dinheiro da Federação da modalidade. Teresa Rita estuda desporto no 10.º ano da Escola Secundária Sá da Bandeira, de Santarém. A jovem quer seguir a modalidade e ter um futuro profissional a ela ligado. “Quero mesmo seguir desporto e dar aulas de jiu-jitsu”, assegura.Os objectivos próximos passam por atacar novo título nacional e espreitar um novo campeonato da Europa. “Espero que um dia o jiu-jitsu seja modalidade olímpica e eu possa lá estar. Quero chegar ao máximo onde puder”, diz com ambição Ana Rita. Manas Barbas também dão cartas no judoNem só de jiu-jitsu vive o Judo Clube de Coruche, como provam as irmãs Leonor e Raquel Barbas, de 16 e oito anos, respectivamente. Leonor já se sagrou campeã nacional, foi convocada para a selecção nacional na categoria de esperança, alcançou primeiros lugares em torneios nacionais e em Espanha, além de ter um sétimo lugar num campeonato europeu. A pequena Raquel disputa os títulos distritais e colecciona medalhas em torneios.Leonor Barbas acaba o treino de sexta-feira onde luta com homens do seu tamanho e maiores. Empenha-se como na primeira vez, há nove anos. Ganha nalguns movimentos e noutras ocasiões é projectada para os colchões com estrondo. Nada que a assuste agora. “Essa era uma das coisas que me metia medo no judo. Pensava que se batia com força no colchão, mas afinal é só barulho. Com seis anos o mestre Manuel Boleiro estava sempre a «chatear» o meu pai para me deixar ir para o judo e aqui estou”, conta a O MIRANTE.“Espero continuar a praticar judo mesmo que um dia arranje um trabalho”, diz a estudante a Escola Secundária de Coruche, ao mesmo tempo que garante que o judo é para usar apenas na competição desportiva. “Não é para ser usado só porque alguém nos chama de alguma coisa. Só em último caso”, diz com um sorriso.Já a pequena Raquel entrou no judo ao ver a irmã praticar. Tem sido assim desde os quatro anos e o judo ajuda a forrar o quarto de casa com as medalhas obtidas. “Gostava de fazer judo e chegar um dia à selecção e ao estrangeiro”, admite. Confessa ainda que lá em casa acontecem algumas lutas em que a irmã Leonor não sai sempre vencedora.Judo Clube de Coruche é escola de campeões sob orientação dos mestres Fernandes e LobeiroJoaquim Fernandes e Manuel Lobeiro foram precursores da prática do judo em Coruche. Em 1976 começaram a praticar a modalidade. Formavam então o núcleo n.º 15 da antiga Direcção Geral dos Desportos. Após alcançarem os cintos azuis, fizeram ambos os exames de admissão para cintos negros em Lisboa. Estava dado o primeiro passo para formarem em 1991 o Judo Clube de Coruche. “A partir daí fomos arranjando atletas e estamos aqui até hoje, há 33 anos juntos como irmãos”, conta Manuel Lobeiro, cinto negro de segundo Dan.Para Joaquim Fernandes, cinto negro, primeiro Dan, o clube tem formado bons atletas e campeões. “Temos esperança de chegar cada vez mais longe. Hoje temos 35 atletas em competição de um total de 60 a 70 inscritos. Estão repartidos por 12 no jiu-jitsu e mais de 40 no judo. Face ao espaço que temos os resultados têm sido muitos bons”, garante o mestre. Há cerca de 15 anos que o treino dos atletas faz-se numa sala do pavilhão desportivo municipal com cerca de 40 metros quadrados. “É complicado quando temos aqui muitos atletas nos treinos. O judo, às segundas, quartas e sextas-feiras, o jiu-jitsu, às terças e quintas-feiras”, conta Manuel Lobeiro, pouco depois de ter orientado mais uma sessão para judocas adultos e crianças. O JCC conta inclusivamente com dois atletas ucranianos que se deslocam desde Alcácer do Sol, a 90 quilómetros, para integrarem os treinos.
Teresa Rita é campeã nacional de Jiu-Jitsu pelo Judo Clube de Coruche

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