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Moradores da Rua de Santa Margarida continuam nas suas casas

Moradores da Rua de Santa Margarida continuam nas suas casas

Foram notificados há cinco meses pela Câmara de Santarém para abandonar com urgência as habitações por risco de derrocada

Residentes ainda não sabem quando vão ter de sair das suas casas e para onde vão viver.

Passaram cinco meses desde que os moradores dos prédios dos números 13 ao número 27 da rua de Santa Margarida, em Santarém, foram notificados pela câmara para abandonarem as suas casas no espaço de 15 dias por razões de segurança, mas até à data tudo continua na mesma: os moradores nas suas casas e as habitações de pé. A encosta, no topo da qual se situam os prédios, não tem dado também sinal de instabilidade.A última notícia que os moradores têm da autarquia é de 15 de Setembro mas pouco ou nada acrescenta à realidade que todos conheciam em Maio último, quando se reuniram na autarquia com o presidente, Francisco Moita Flores. Na carta dirigida aos moradores, assinada pelo vereador João Leite, reitera-se que a única solução para cumprir o projecto de estabilização da encosta passa pela saída dos moradores e pela demolição das casas, uma vez que a intervenção se baseia em fazer ancoragens nas barreiras que vão fazer colapsar partes dos imóveis.O vereador refere na carta que está preocupado em avançar com a estabilização das barreiras, em realojar inquilinos e compensar os proprietários naquilo a que têm direito. Avisa ainda que não será possível fazer negócios que envolvam os imóveis em causa sem que a câmara possa exercer o direito de preferência na aquisição.Alternativas concretas não existem ainda para os moradores. Quase a completar 83 anos, Margarida Lima, do rés-do-chão do número 11, diz que prefere nem pensar no assunto para não se enervar. “Não tenho dinheiro para pagar uma renda ao preço a que elas estão hoje”, refere. Branca Saloio, do número 27, considera que está tudo na mesma, sem novidades. José Henriques e a mulher Irene, do terceiro andar do número 11, confessam que andam sem dormir e com pesadelos desde Fevereiro, quando aconteceram as derrocadas na encosta e quando receberam a carta da câmara a informar que tinham de encontrar uma nova casa para viver. “Passou o Verão, foram de férias e agora que voltam as chuvas é que voltam a falar no assunto”, critica a moradora. Para o porta-voz dos moradores, Jorge Travassos, a culpa é dos executivos que deixaram a situação arrastar-se sem a combater, mas não deixa de apontar o dedo aos serviços camarários, que muitas vezes emperram as situações. “Incompreensível é que a Águas de Santarém nos tenha informado que não vai fazer qualquer intervenção para evitar os esgotos que correm a céu aberto nas barreiras, provocando a sua erosão, até 2013”, conclui. Câmara procura soluçõesO vereador da Câmara de Santarém com o pelouro da Protecção Civil justifica que o problema que se tem pela frente é de resolução complicada. “Foi-lhes dito que estamos a tentar encontrar alternativas de habitação. Estamos também à procura de verbas, para que não seja apenas a autarquia a suportar a intervenção para a qual não tem condições”, refere António Valente.O projecto prevê a demolição dos edifícios mencionados, o reforço da encosta, e a posterior construção de edifícios numa linha mais próxima da avenida 5 de Outubro. Em Maio o vereador referia que os técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e os projectistas responsáveis pelo projecto de estabilização das barreiras iriam tentar alternativas à demolição das casas. Advertia, ao mesmo tempo, que os dados indicavam que não se podia erguer construção naquela zona. Vistoria alertou para risco de derrocadaRecorde-se que a 14 de Abril de 2010 a Câmara de Santarém notificou os moradores da Rua de Santa Margarida e deu-lhes dez dias para se pronunciarem e procurarem alternativas de habitação, caso contrário a autarquia avançaria para a posse administrativa dos imóveis. A notificação teve por base uma vistoria efectuada a 2 de Março, na sequência da qual se sugeria que os imóveis situados em zona crítica das barreiras, onde ocorreram deslizamentos, fossem de imediato desocupados, protegendo pessoas e bens. Na vistoria defendia-se o desalojamento definitivo e imediato dos moradores, que deviam apresentar pedido de licenciamento para demolição em 15 dias, seguindo-se a demolição integral dos edifícios.
Moradores da Rua de Santa Margarida continuam nas suas casas

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