Milhares de peixes apareceram mortos no leito do rio Almonda, nas traseiras da Igreja Matriz da Azinhaga, no concelho da Golegã. A situação deve ter origem numa descarga poluente. Elementos do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR de Torres Novas deslocaram-se ao local na segunda-feira, 20 de Setembro, para recolher uma amostra de água para análise e tentar chegar à fonte poluidora. Também os técnicos da Administração da Rede Hidrográfica do Tejo (ARH-Tejo) deslocaram-se ao local, tirando fotografias às carcaças de carpas, pimpões, enguias e outras espécies mortas. Na última terça-feira, centenas de peixes mortos estavam ainda por recolher nas margens deste afluente do rio Tejo, fazendo emanar um cheiro nauseabundo do leito. António de Oliveira, 83 anos, morador a poucos metros do local, diz que nunca viu nada parecido. “Então isto não foi uma dor de alma?!!”, diz a O MIRANTE, enquanto aponta para os peixes mortos com a bengala. O morador conta que os primeiros peixes apareceram junto ao leito, “a ofegar”, na sexta-feira, 17 de Setembro mas só no domingo a água começou “a correr preta e cheia de espuma branca”, com milhares de peixes mortos a estagnar junto ao leite do rio. O troço do rio Almonda onde apareceram os peixes mortos situa-se já fora da Reserva Natural do Paul do Boquilobo. A grande maioria foi encontrada entre as pontes da Broa e do Cação, numa zona do rio que apresenta pouco caudal para o que é normal nesta altura do ano. De acordo com a opinião de alguns moradores, a origem da descarga poluente - que ainda não foi apurada pelas autoridades - terá vindo do concelho de Torres Novas.