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Jovens árbitros encontram-se em Rio Maior para ouvirem experiência dos profissionais

Jovens árbitros encontram-se em Rio Maior para ouvirem experiência dos profissionais

Do grupo de 60 elementos estavam alguns da região e entre eles uma rapariga

Olegário Benquerença disse aos participantes que se dessem um apito aos que criticam a arbitragem, estes “borravam-se todos”.

O gosto pela tomada de decisões e pelo futebol é o que leva dezenas de jovens a entrarem para árbitros de futebol. Uma actividade que exige resistência à pressão. Seis dezenas de jovens árbitros, entre os 14 e os 18 anos, participaram no fim-de-semana passado num encontro no complexo desportivo de Rio Maior para aprofundarem os seus conhecimentos e trocarem experiências. Entre o grupo estavam alguns homens e mulheres do apito da região. Os árbitros que estão a dar os primeiros passos nesta área revelam já alguma maturidade no que toca a saber lidar com os insultos. “Temos que fazer ouvidos de mercador”, diz Inês Henriques, jovem árbitra de Santarém, com 16 anos de idade, que confessa ser alvo de comentários pelos jogadores mais velhos. “É mais difícil impor o respeito por ser rapariga. Chateia-me, mas tento não ouvir e concentrar-me apenas no jogo”, salienta.A possibilidade de cometer erros durante um jogo não assusta estes jovens. “Um árbitro é um ser humano, tem direito a errar”, defende Ilpo de 17 anos, natural de Torres Novas, para quem a imparcialidade não é difícil de alcançar. “O árbitro tem direito a ter preferência clubística, mas a partir do momento em que entra no campo tem que se limitar a fazer o seu trabalho”, afirma seguro.Olegário Benquerença, árbitro da primeira liga, foi a Rio Maior partilhar os seus conhecimentos com estes jovens e aproveitou para deixar alguns conselhos. “Só os fortes sobrevivem, porque se nós não fôssemos fortes, trucidavam-nos com toda a facilidade. Se não fossemos capazes de aguentar, fazíamos o que faz o comum dos mortais que era virarmo-nos e desatarmos à bofetada. Temos de ter a capacidade e a força de espírito para resistir” aos insultos vindos da bancada e às vezes até de jogadores. Para o árbitro profissional “se colocassem um apito na boca de 90 por cento daqueles que criticam os árbitros, borravam-se todos”, rematou, arrancando gargalhadas da plateia. O nono Encontro Nacional do Árbitro Jovem, que decorreu de 24 a 26 de Setembro, para além da partilha de experiências, incluiu exercícios físicos e treinos de campo. O que para Lopes Brites, observador de árbitros, presente no encontro, “é uma mais-valia para a preparação dos aspirantes à profissão”.
Jovens árbitros encontram-se em Rio Maior para ouvirem experiência dos profissionais

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