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“Existem grupos económicos muito potentes que exercem pressões para que os animais não sejam consagrados na lei como um ser ciente”

Veladimiro Elvas, presidente da APAAC- Associação de Protecção Aos Animais Abandonados do Cartaxo - Canil Municipal do Cartaxo
Veladimiro Elvas reconhece que houve uma mudança de mentalidades na forma como as pessoas se relacionam com os animais. “Há vinte anos atrás era impensável ver um homem a passear na rua um “Lulu”, porque era considerado um atentado à sua masculinidade”, aponta com sorriso divertido, dizendo que o surgimento das diversas associações de protecção dos animais foi fundamental na mudança dessas mentalidades. No entanto, o presidente da Associação de Protecção Aos Animais Abandonados do Cartaxo é peremptório em afirmar que há muito trabalho a ser feito no âmbito da protecção dos direitos dos animais e na sensibilização das pessoas para esse tema. “Há ainda muita falta de fiscalização e de legislação e por isso continuam a suceder os episódios mais cruéis que se possam imaginar”, aponta. Para o responsável, Portugal está muito atrasado em relação ao resto dos outros países da Europa. “Saiu agora uma lei em Itália que diz que qualquer pessoa que atropele um animal e não lhe preste auxílio imediato será punida com pena de prisão. Portanto, é considerado um acto criminoso. Em Portugal não!”, diz com tristeza. Para Veladimiro existem ainda muitas áreas em que é preciso agir para proteger os direitos dos animais, como o tiro aos pombos, as touradas, o circo, os jardins zoológicos, mas muitas vezes as leis não avançam porque existem “demasiadas pressões”. “Existem grupos económicos muito potentes que exercem pressões para que os animais não sejam consagrados na lei como um ser ciente”, aponta.Por isso mesmo o presidente da APAAF não vê com bons olhos a iniciativa do presidente da câmara de Santarém de recolher assinaturas a favor das touradas. “Sei que estamos inseridos num meio de touradas e temos muitos afficionados que frequentam a nossa clínica veterinária e não me posso manifestar muito nesta área. Mas eu sou contra as touradas como espectáculo sanguinário. E não sou só contra as touradas, sou também contra o boxe, por exemplo, porque entendo que devemos ser um pouco mais civilizados em relação a estas questões. Mas penso que esta medida do Dr. Moita Flores é apenas mais uma questão política para cativar mais alguns votos”, conclui.

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