uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Margarida Pereira

Margarida Pereira

42 anos, directora pedagógica, Santarém

Tirou o curso de educadora de infância e logo depois, apaixonada pela área, inscreveu-se na licenciatura em psicologia educacional. É casada, mãe de duas meninas e directora pedagógica do jardim-de-infância “Palmo e Meio”, em Santarém. Margarida Pereira, 41 anos, vive numa correria, mas não dispensa as férias e o tempo passado em família.

Gosto de Santarém. Nasci em Lisboa, mas sempre morei cá. Não me via a viver noutro sítio. Foi aqui que cresci, que estudei e que fiz os meus amigos. Só saí para ir estudar para Lisboa aos 18 anos. Gostei de viver na capital, mas acho que não seria capaz de lá voltar a morar. Sempre quis ser educadora. Não me lembro de querer ser outra coisa. Ingressei na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich. Fiquei a trabalhar em Lisboa e quando acabei o bacharelato fui estudar à noite para tirar a licenciatura em psicologia educacional. Depois arrancou o projecto Palmo e Meio e vim trabalhar para Santarém. O meu sonho tornou-se realidade. Tirei o curso de educadora e de psicologia educacional e abri uma instituição. Claro que nem tudo é como pensamos. Há sempre adaptações a fazer, mas faz parte da vida. Esta casa estava para vender e idealizámos para aqui a empresa. Este é um projecto familiar. Andámos 13 meses em obras com um projecto de remodelação. Sou casada e tenho duas filhas. Uma tem cinco anos e frequenta aqui o jardim-de-infância. A outra tem sete anos. Está no segundo ano de uma escola pública e frequenta aqui também o ATL. Não tenho muito tempo para mim, mas como elas ainda são pequenas não tenho ainda essa necessidade. Nos jantares que organizamos com as mães dos meninos aproveitamos para sair.Hoje entrei às oito da manhã. Uma colaboradora ligou-me às 06h45 a dizer que tinha que ir ao hospital porque estava com um crise de asma. O horário é muito variável. Há dias em que chego por volta das 09h00 depois de ir pôr a minha filha à escola. Algumas vezes vai o pai deixá-la e venho com a mais pequena. A hora de saída varia conforme as necessidades de trabalho. Quando consigo acompanho as minhas filhas à natação e a esse tipo de actividades ao final do dia. Quando não é possível tenho, felizmente, o apoio da família. O marido, a minha mãe ou as minhas cunhadas. Nos tempos livres aproveito para estar com as minhas filhas. Durante a semana é uma correria. Há horas certas para jantar e deitar porque no outro dia é preciso levantar cedo. Aproveito para brincar, passear com elas e com o meu marido. Temos familiares que também gostam de nos convidar. Se for preciso trabalho de manhã até à noite. Tenho a sorte de fazer o que gosto. Poder trabalhar nesta área é para mim aliciante. É uma coisa que me enche. É meio caminho andado para que as coisas corram bem. Sou directora pedagógica, mas faço aquilo que é preciso. Se falta uma educadora e, se houver necessidade, substituo-a. Se é preciso ir buscar meninos à escola na carrinha eu vou. Se é preciso ficar com os meninos a fazer os trabalhos de casa fico. Não faço questão de fazer o jantar. Se tiver quem faça tanto melhor. Tenho uma pessoa que ajuda lá em casa. Mas há sempre uma coisa ou outra que é preciso arrumar. Chego tarde a casa e se não fosse assim não teria tempo para as minhas filhas. Fazemos questão - eu ou o pai - de dar o jantar, ajudar a dar o banho e deitar. Não abdico das minhas férias. Fechamos o jardim na primeira quinzena de Agosto e nessa altura tiro pelo menos duas semanas. No Verão procuramos a praia. Este ano na Páscoa fomos uma semana para fora. Também já fizemos um fim-de-semana prolongado em Espanha. Às vezes tiramos um fim-de-semana ou outro, mas vamos sempre para fora cá dentro. Fala-se muito da protecção à família mas isso às vezes só está no papel. Os empregos cada vez são mais exigentes com a maioria dos pais. Há muitas empresas que não cumprem, inclusivamente o próprio Estado. Há pais que têm imensa dificuldade em faltar ao trabalho. As empresas aproveitam-se da história da crise e as pessoas sabem que se lhes faltar aquele trabalho podem não conseguir arranjar outro com facilidade. Sente-se essa pressão.Ana Santiago
Margarida Pereira

Mais Notícias

    A carregar...