António Henriques, natural de Salvaterra de Magos, é o novo campeão ibérico 24 horas BTT. O campeonato dividiu em quatro provas que se realizaram em Castelo Branco, Proença-a-nova, Zambujeira do Mar e Manteigas (Serra da Estrela), onde o atleta se sagrou campeão no fim-de-semana, 2 e 3 de Outubro. O jovem de 30 anos começou a competir em 2006 quando recebeu um convite para praticar triatlo. Mas uma lesão afastou-o durante algum tempo e quando regressou decidiu dedicar-se apenas ao BTT.António Henriques começou a praticar esta modalidade aos 15 anos com um grupo de amigos. Fazia-o apenas porque gostava de desporto. Participava em provas, mas sem competição. Em 2008 experimentou participar, pela primeira vez, numa competição de BTT e alcançou um segundo lugar entre cerca de um milhar de participantes. A partir daí decidiu arriscar e começou a treinar “à séria” para as competições.O atleta treina todos os dias, pelo menos, uma hora por dia, sobretudo em estrada, apesar de, considera, ser mais perigoso. Nos dias de chuva, como aconteceu no dia da entrevista com O MIRANTE, António Henriques opta por treinar no ginásio, onde dá aulas de spinning. O atleta descobriu a prova para o campeonato ibérico 24 horas BTT em Setembro de 2009 na internet e decidiu arriscar. Segundo António Henriques o BTT 24 horas é composto por um circuito entre cinco e treze quilómetros em que a dureza do percurso é mais evidente. “Quando descobri esta vertente do BTT percebi que podia explorar outras características que não fazia com o BTT. Achei que me adaptava melhor a estas distâncias e foi o que acabou por acontecer”, explica o atleta.Durante uma prova de 24 horas BTT, o atleta passa, literalmente, o “dia inteiro” a pedalar sem parar. “Só podemos parar para comermos e repormos energias. Faço uma refeição completa por volta das 21h00 para aguentar durante a noite”, explica. Para o ciclista, o prémio alcançado é o “concretizar de um sonho” pelo qual lutou. António Henriques garante que não conseguiria vencer sem o apoio dos amigos e da namorada. “Eles vão comigo para as provas e lembram-me quando tenho que me alimentar. Apoiam-me bastante durante toda a prova e são o meu grande suporte. A parte psicológica é muito importante e eles fazem parte da minha equipa”, refere.Desenhador projectista, António Henriques explica que o facto de ter a sua própria empresa torna mais fácil conciliar os treinos com a actividade profissional. O atleta que corre individualmente, garante que este é um desporto “muito dispendioso”. Algumas empresas cedem-lhes equipamento e descontos em material utilizado. O próximo objectivo é participar em provas internacionais que lhe podem dar acesso ao campeonato do mundo. “Quero experimentar as provas internacionais para ver como é competir com atletas profissionais. Em Portugal não existem profissionais”, explica a O MIRANTE.