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Comer e obrar por Santarém

Francisco Moita Flores já disse quase tudo relativamente à organização do Festival de Gastronomia de Santarém. Chegou a usar termos quase pornográficos para fazer o ponto da situação sobre a iniciativa mais orgástica que se realiza na cidade em nome de uma região e de um país. Quem quiser ouvir as palavras dele faça uma pesquisa na net no sitio de O MIRANTE e ficará de boca aberta com aquilo que ele disse, e pensa, desta festa de vaidades que se realiza todos os anos entre os quatro muros da Casa do Campino.No dia da inauguração estavam convidadas 250 personalidades para abancarem à mesa. Não sei quantas faltaram e quantas apareceram de surpresa fazendo-se convidadas. Mas sei que nem em tempos de crise o Festival teve arte e engenho para mudar hábitos velhos, abrir-se à cidade de Santarém e às cidades e vilas da região: em vez de ser um festim de figuras à mesa, desde o dia da inauguração até ao dia do encerramento, sair daqueles muros altos da Casa do Campino e renovar o quotidiano dos cidadãos dos centros históricos que ficam mais á mão.O Festival tem um orçamento razoável e conta com patrocínios de marcas que nós nunca chegaremos a conhecer . Se a organização não fosse aquilo que Moita Flores lhe chama, e aquela gente não fosse tão bafienta, o Festival já tinha dado o salto e mostrado que a gastronomia não pode nem deve ser promovida num festival que é, literalmente, um festim de vaidades. O que me admira no meio disto tudo é como ainda é possível ver gente séria e respeitada sentada á mesa como convidada,inclusive alguns daqueles que, como Francisco Moita Flores, já disseram tudo e mais umas botas sobre a forma como o Festival é organizado, no meio de juras de amor á gastronomia portuguesa que não passam de rezas políticas dos actores do momento que nos últimos 30 anos, valha a verdade, nunca deixaram de ser os mesmos, embora travestidos, como se nada tivesse mudado no planalto de Santarém desde o tempo da outra Senhora. Há muitos anos que as regiões de Turismo não servem para nada. As câmaras municipais sabem isso mas continuam a contribuir para esta farsa sustentando o circo mais os actores residentes e convidados. Por uma vez gostava de ser microfone para poder ampliar os nomes obscenos que na cidade de Santarém, as pessoas que vivem a agonia de trabalharem no centro Histórico, cada vez mais falido, dizem desta gente macaca que finge viver no melhor dos mundos, jurando amor á gastronomia enquanto obram para cima de nós. JAENota: pelo que sei o Presidente da Câmara de Santarém não se juntou aos 250 convivas que deram brilho e lustro ao almoço de inauguração. Folgo por saber que não teve que assistir aquele espetáculo degradante, e almoçar ao lado dos tipos da organização que vão tirando macacos do nariz enquanto almoçam. Bem haja por isso já que não consegue fazer melhor e mudar o essencial.

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