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Assembleia de Tomar reuniu-se para analisar a situação económica e social do concelho mas acabou a falar da crise nacional

Assembleia de Tomar reuniu-se para analisar a situação económica e social do concelho mas acabou a falar da crise nacional

Deputados municipais reuniram extraordinariamente no dia 14 de Outubro

O encerramento de empresas, aumento do desemprego, encerramento do edifício do mercado municipal e alguns investimentos menos consensuais realizados pela autarquia estiveram também em análise.

A Assembleia Municipal de Tomar reuniu-se extraordinariamente na quinta-feira, 14 de Outubro, para debater a situação social e económica do concelho. O debate durou quase três horas, com os intervenientes das diferentes bancadas a tentarem dar o seu contributo para melhorar o futuro do concelho. O encerramento de algumas empresas e o aumento do desemprego, o fecho do edifício do mercado municipal e alguns investimentos realizados pela autarquia estiveram em análise. Apesar da sessão se destinar a debater o estado do concelho, nas cerca de duas dezenas de intervenções ao longo da tarde, a crise nacional também esteve em foco por diversas vezes. A sessão contou com algum público. Vítor Gil, líder da bancada do PSD, disse que a crise que o país atravessa resulta do actual governo socialista. “Que raio de partido socialista é este que pretende acabar com o abono de família a pessoas que recebem cem euros acima do salário mínimo nacional”, questionou, classificando a actuação do Governo como “socialismo de trazer por casa”. Pela bancada do Partido Socialista, Hugo Cristóvão relembrou, localmente, a proposta de apoio formulada pelo partido para indemnizar os vendedores e empresários do mercado municipal, penalizados com o encerramento do edifício. Respondendo directamente ao deputado do grupo “Independentes por Tomar”, José Pedro Vasconcelos, Hugo Cristóvão minimizou a questão da extinção dos governos civis, considerando que não era o fim dos mesmos que iria resolver os problemas económicos do país. “O fim dos governos civis dava para pagar o custo de três ou quatro chefes de divisão. Só na Câmara de Tomar temos 20”, exemplificou. Já para Paulo Macedo, da bancada da CDU, o problema central da crise assenta na falta de produção. Face a algumas intervenções, o deputado do grupo “Independentes por Tomar”, João Henriques Simões, recordou aos presentes que estavam reunidos para debater os problemas da crise local e não em termos nacionais. “Tomar é um case study, tantos têm sido os disparates que se têm cometido e continuam a cometer no concelho”, disse, acrescentando que o “problema de Tomar, mais que conjuntural, é estrutural e resulta de anos e anos de más opções, de políticas avulsas, delineadas em função dos quadros comunitários”. João Henriques Simões foi eloquente ao afirmar que “Tomar assemelha-se hoje a um doente em fase terminal nos cuidados paliativos” e “se não forem criados projectos e assumidos compromissos para o seu crescimento e desenvolvimento sustentável, o futuro será muito negro”. O deputado recorda que existem concelhos em redor de Tomar que, apesar da crise ser transversal ao país, conseguiram dar a volta à situação.Mais pragmático, o Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Filipe Vintém, abordou a questão do desemprego no concelho, referindo que o encerramento de uma dezena de empresas no concelho, colocou no desemprego mais de 800 trabalhadores. “A 9 de Agosto estavam registados 1846 desempregados o que, comparativamente com o mesmo mês em 2009, representa uma subida de 20,5% na taxa de desemprego”, recordou. Os bloquistas propuseram, por isso, que se avançasse para a constituição de uma delegação da assembleia municipal para contactos com os grupos parlamentares na Assembleia da República, Presidência da República, Presidência do Conselho de Ministros e ministérios da Economia e do Trabalho e Segurança Social e Governo Civil. Consideram ainda necessário estabelecer contactos locais com ACI TOFEBA e com sindicatos, frisando “a elaboração de um orçamento virado para o investimento reprodutivo a curto prazo e captação agressiva de visitantes”.
Assembleia de Tomar reuniu-se para analisar a situação económica e social do concelho mas acabou a falar da crise nacional

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