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O importante não é o tempo que se passa com os filhos, mas o que se faz com eles

O importante não é o tempo que se passa com os filhos, mas o que se faz com eles

Primeira sessão de “Famílias à conversa” reuniu apenas quinze participantes em Azambuja

Muito tempo passado com os filhos não é sinónimo de qualidade. Uma hora por dia de atenção pode fazer toda a diferença na educação das crianças que também têm que aprender a ouvir o “não”. Os conselhos foram deixados pelo psicólogo Paulo Louro na primeira sessão “Famílias à conversa”, que decorreu na noite de sexta-feira, em Azambuja.

“O tempo que se passa com as crianças não é o mais importante. Podemos estar presentes fisicamente, mas nem sequer os estar a ouvir. O que interessa é a maneira como gastamos esse tempo”. Quem o diz é o psicólogo Paulo Louro, orador no primeiro encontro “Famílias à conversa”, promovido pela Câmara Municipal da Azambuja, na sexta-feira, 15 de Outubro, noite em que o debate andou à volta da “gestão do tempo/ qualidade afectiva”.A primeira sessão, que decorreu no auditório do Páteo do Valverde, contou apenas com 15 pessoas. A reunião geral de pais do Agrupamento de Escolas de Azambuja (ver texto na página 2), que decorreu à mesma hora, acabou por roubar alguns dos eventuais participantes.Uma das mães abriu o debate ao dizer que se sentia culpada por só conseguir passar duas horas diárias com a filha: “Cheguei à conclusão que o dinheiro não é tudo na vida e depois de renunciar à progressão na minha carreira consegui ganhar duas horas diárias com a minha filha. Mesmo assim é muito pouco tempo e sinto-me mal com isso”. Paulo Louro respondeu que é muito pior dizer constantemente a um filho “espera aí um bocadinho” do que passar apenas uma hora diária com ele mas aproveitá-la plenamente, dando-lhe a atenção necessária. “Os pais também têm direito a ter o próprio tempo e os filhos precisam de respeitar esse espaço”, advertiu o psicólogo.Quase todos os braços da plateia se levantaram quando o psicólogo perguntou quantos deixavam as crianças dormir na cama dos pais. “As crianças que começam a dormir na cama dos pais, depois já não querem regressar à sua. Nenhuma criança deve ser perturbadora da intimidade do casal e ninguém o deveria permitir, a não ser quando estalar um trovão”, disse a rir Paulo Louro.Uma mãe, professora, assumiu que só colocou as filhas na escola quando foram para a primeira classe. “Quando uma das educadoras da pré-escola disse que a minha filha estava muito mimada, no dia seguinte já não foi”. Paulo Louro corroborou a ideia de que as crianças precisam de mimo, desde que também existam regras: “Os pais não sabem dizer não e as crianças precisam de receber esses nãos. As regras são fundamentais e têm de ser respeitadas”, concluiu o orador.O mesmo tema será debatido, às 21h00, no dia 22 de Outubro, na Escola do 1º Ciclo de Vila Nova de São Pedro. Ana Isabel dos Santos debaterá o tema da Sexualidade no dia 12 de Novembro, na Biblioteca Municipal do Centro Cultural Almeida Grandella, em Aveiras de Cima. A discussão do tema irá repetir-se no dia 19 de Novembro, no Jardim-de-Infância de Manique do Intendente com a oradora Judite Álvares. O objectivo da iniciativa “Famílias à conversa” é “alertar e sensibilizar as famílias para diversas temáticas, como a gestão do tempo e a qualidade afectiva, a sexualidade, a violência escolar, os perigos na internet, entre outros”.
O importante não é o tempo que se passa com os filhos, mas o que se faz com eles

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