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Telúrico Manuel Serra d’Aire

O presidente da Câmara Municipal de Azambuja está descrente na concretização do programa negociado com o Governo, que prevê um investimento de 330 milhões de euros no seu concelho como compensação pela não construção do aeroporto na Ota. E manifesta-se frustrado com isso. O socialista Joaquim Ramos, que pelos vistos ainda acredita no Pai Natal, já tem idade para saber que os planos valem o que valem no nosso país e que não são para levar muito a sério. Basta olhar para o défice do Estado para ver isso. Não foi por falta de virtuosos planos e orçamentos de Estado que as contas públicas estão de pantanas. Porque até já tivemos ministros do planeamento. E também não foi por falta de magníficos planos de actividades e orçamentos municipais que as contas das nossas autarquias estão como estão: à beira do abismo e com alguns autarcas a teimarem em dar firmes passos em frente.Os nossos governantes, locais e nacionais, são mestres na área do planeamento e mesmo que não o sejam sempre têm o professor Augusto Mateus para lhes dar uma mãozinha. O que os nossos políticos não sabem, decididamente, é fazer contas e constatar que não se pode gastar mais do que aquilo que se tem. Mas isso, obviamente, é difícil de lhes explicar, porque aquilo que gastam, o que têm e o que não têm, não lhes sai do bolso. Porque em relação à administração das suas finanças particulares, é justo dizê-lo, são uns autênticos ases. Basta ver o caso do presidente do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, que lá continua a acumular parte da modesta pensãozita, obtida de forma antecipada, com o ordenado que vem desse cargo público. Uma retribuição merecida para quem, podendo estar a dedicar-se ao ócio, prefere continuar a abraçar a causa pública. Que Deus o guarde por muitos anos, que a República bem precisa destes exemplos. E por falar em República, no fim-de-semana fui assistir à maratona de touradas que houve em Santarém em defesa da festa brava. E o que te posso dizer é que aquele presidente da câmara pode deixar as finanças do município arrasadas quando se for embora, mas que é o melhor organizador de eventos que conheço disso não tenhas dúvida. Consegue arrastar multidões e tem sempre do seu lado a cumplicidade do São Pedro, a quem muitos dos adeptos anti-taurinos devem ter rogado preces para que chovessem picaretas.Uma coisa te digo: fosse o Moita Flores a encarregar-se das comemorações do Centenário da República e outro galo cantaria. Em vez de algumas cerimónias bafientas e acanhadas que por aí se vão fazendo, íamos ter carrosséis, barracas de farturas, largadas de toiros e por aí fora, sem faltar obviamente o imprescindível Quim Barreiros. Assim resta-nos suspirar pela restauração da monarquia, porque as festas desta República são realmente uma coisa desenxabida que já nem dá para aquecer.Um real abraço do Serafim das Neves

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