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Casa das Peles oferece colecção mais acessível em tempo de crise

Casa das Peles oferece colecção mais acessível em tempo de crise

Empresa continua a crescer e aumentou em 2010 o número de colaboradores

Vermelho, cinzento e roxo. A Casa das Peles, criada em 1960 no Cartaxo, continua sólida e a acompanhar as tendências da moda com produtos a preços mais acessíveis. O desfile da ExpoCartaxo é dia 30 de Outubro, sábado, a partir das 22h00.

Uma colecção variada que acompanha as tendências da moda com peças a um preço mais acessível. Tem sido esta a estratégia adoptada nos últimos anos pela Casa das Peles, no Cartaxo, que continua a crescer em 2010 contornando a crise económica internacional.O número de colaboradores passou de pouco mais de 90 para os 105, mas a época forte do ano para o segmento do vestuário em pele - Novembro e Dezembro – está ainda por chegar. “É nessa altura que as pessoas têm mais dinheiro disponível para esses gastos. O subsídio de férias vai para as férias e é o subsídio de Natal que deixa algum dinheiro extra que as famílias usam para estas compras”, analisa um dos administradores, Vitaliano Silva. A crise que surgiu no sector das peles, sobretudo a partir de 2006, com muitas firmas do ramo a fechar portas, levou a empresa a adaptar-se à realidade antecipando-se a um cenário global de recessão. A empresa adequou o produto à capacidade económica dos clientes sem no entanto fazer cedências ao nível da qualidade. “Temos que saber fazer o equilíbrio entre aquilo que as pessoas gostam, podem comprar e querem comprar. Há sempre no mercado matérias-primas que, sendo excelentes para aquilo que queremos, acabam por ter um preço que é muito atractivo”, explica.O preço médio por talão está mais baixo, mas em compensação as vendas estão a aumentar. “As pessoas encontram agora produtos que gostam e surpreendentemente mais baratos do que aquilo que estavam à espera e acabam por aproveitar a oportunidade”. A peça clássica, mais cara, produzida nas peles mais nobres, continua disponível. O casaco preto clássico de pele e até o blusão de camurça, tipo ribatejano, continuam a vender com pequenas actualizações. Mas a inovação tem ajudado a marca a atingir uma clientela cada vez mais jovem. “Temos um blusão de 69 euros com um preço adaptado à faixa etária que se vende maioritariamente até aos 20 anos. Estes clientes que são novidade nas nossas lojas”. Há também cada vez mais pessoas a comprar casacos vermelhos, roxos, cinzentos e amarelos. O mercado português já foi mais tradicionalista. As grandes marcas internacionais ajudaram a nivelar as tendências a nível global. A empresa, que procura no estrangeiro o que se faz de melhor na área, trabalha em colaboração com estilistas portugueses, espanhóis, italianos e franceses. Há clientes, funcionários e gerentes de loja que também sugerem algumas peças.A Casa das Peles – que produz anualmente cerca de 50 mil casacos - tem clientes em Espanha e na Grécia, mas o produto escoa sobretudo para o mercado nacional. O volume de exportação representa apenas seis por cento do valor total da facturação. As potencialidades da Internet não estão exploradas, mas Vitaliano Silva lembra que o vestuário em pele dificilmente pode ser vendido on-line. “Não há dois casacos iguais. O brilho é diferente. A pessoa precisa de experimentar. A fotografia não mostra o peso e é preciso sentir. Não queremos que o cliente se sinta enganado”.Há encomendas para todos os gostos e pedidos exóticos. “Em alguns casos aconselhamos vivamente as pessoas a não os fazer”, diz com humor Vitaliano Silva. Foi o caso do cliente que pediu umas calças rasgadas pelo vinco. “Expliquei-lhe que cairiam assim que se sentasse”, conta Florbela Silva. Há pedidos que deixaram de ser estranhos nos últimos anos. É o caso de aventais em pele, tops, lingerie e roupa para artistas. As peças originais surgem também de jovens estilistas ainda afastados do mercado. Uma postura bem diferente do “clã” Silva. “Somos industriais de ADN virados para a parte comercial. A concepção da colecção é sempre baseada nisso”, resume Vitaliano Silva. O pai, Miguel Martins da Silva, fundador da empresa, que se mantém activo na firma ao lado da companheira, Quitéria Silva, é o primeiro a dar o exemplo e a apostar na inovação.Peças originais desfilam na passerelle“Todos diferentes, todos diferentes” é o mote da passagem de modelos da Casa das Peles, que vai animar a noite de sábado, 30 de Outubro, na ExpoCartaxo, às 22h00. As entradas são livres. “Se formos todos iguais vamo-nos diminuindo. As pessoas podem adaptar o mesmo modelo e conseguir um visual completamente diferente”, sugere uma das administradoras da Casa das Peles, Florbela Silva que diz que o evento será uma amostra de como a marca é capaz de “satisfazer o capricho de qualquer homem e qualquer mulher” acompanhando as tendências da moda.Pela passerelle vão passar manequins profissionais e cidadãos com medidas comuns, como é o caso de uma utente de um lar de idosos. “Vamos apresentar diferentes belezas”, garante. Entre bailarinos e músicos serão à volta de 30 pessoas em palco.Este ano o preto volta a estar na moda, mas a Casa das Peles sugere apontamentos de azul, castanho, verde, amarelo, vermelho e roxo. O cinzento vai ser um tom em destaque. “Difícil vai ser encontrar uma cor que não esteja lá”. A realidade é bem diferente do que acontecia há 20 anos. “Às vezes sugeria que se comprasse para a loja uma peça roxa. Ficava a um canto e não se vendia”, lembra Florbela Silva.
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