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Moita Flores discursou em Tomar contra “os profetas da desgraça”

Moita Flores discursou em Tomar contra “os profetas da desgraça”

O escritor e actual presidente da Câmara de Santarém deixou uma mensagem de esperança

“Não podemos vender aos nossos filhos ou aos nossos netos um país sem futuro”, declarou o autor do romance “Mataram o Sidónio!”.

O escritor e actual presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, esteve em Tomar, na noite de sexta-feira, 22 de Outubro, para falar sobre a República acabando por deixar uma mensagem forte contra os “profetas da desgraça”, considerando que se deve relativizar o que se ouve sobre a actual crise económica e social. “Fui sempre um optimista e não aceito este tipo de discurso sobre nós. E que apesar de tudo o que ouvimos dos vendilhões do apocalipse que aparecem todos os dias na televisão, duvido que Portugal tenha atravessado na sua história recente um ano tão difícil como foi o de 1918”, aludiu considerando que todos têm responsabilidades na crise, mesmo os que dela falam. Convidado a participar numa conferência sobre o Centenário da República, Moita Flores falou para cerca de três dezenas de pessoas no salão nobre da câmara municipal, ladeado pelo presidente da autarquia tomarense, tendo como base o seu livro “Mataram o Sidónio!”, um romance publicado este ano em torno do assassínio do Presidente da República Sidónio Pais, ocorrido a 14 de Dezembro de 1918, e que para o autor continua a ser “um mistério”. O vereador socialista Luís Ferreira, promotor da iniciativa, não esteve presente por razões de saúde, de acordo com o seu colega vereador José Vitorino, sentado na fila dianteira ao lado de Graça Costa, vereadora dos “Independentes por Tomar”. Aludindo sempre à crise que assolou o país em 1918, onde se incluiu a gripe pneumónica que provocou uma grande mortandade, Moita Flores falou da actual situação e do motivo pelo qual escreveu este livro. “Achei que devia dizer a todos os meus leitores, aos que me vêem numa televisão ou me ouvem numa rádio, para não acreditarem nestes profetas da desgraça que andam para aí a prometerem-nos o inferno se o orçamento não for aprovado”, referiu considerando que o povo português “é muito mais forte do que todas as crises que aí venham” e “quem venceu 1918, vence qualquer crise". Pediu ainda aos professores e aos pais presentes que difundissem esta mensagem de esperança pelos mais jovens. “Não podemos vender aos nossos filhos ou aos nossos netos um país sem futuro”, reiterou. Apesar de se ouvir em fundo a concertina de Quim Barreiros que actuava na Feira de Santa Iria nessa noite, Moita Flores cativou a atenção dos presentes ao longo de quase duas horas, tendo respondido a algumas questões colocadas no final pelos mesmos. “Um comunicador nato, que para além de ter essa qualidade intrínseca a desenvolveu ao longo da sua vida, para além de ter uma actividade intensa do ponto de vista intelectual”, considerou Corvêlo de Sousa, presidente da Câmara de Tomar que agradeceu a presença do escritor considerando que a mesma foi uma grande honra para o município. Novo livro de contos em NovembroA presença de Moita Flores estava inicialmente prevista para sexta-feira, 15 de Outubro, mas o orador esqueceu-se que já tinha assumido a presença numa conferência em Cascais, facto que o levou a pedir desculpa ao presidente e a todos os presentes. “Estou aqui hoje, incondicionalmente, para me penitenciar”, disse provocando risadas na plateia, uma constante ao longo da noite. O escritor revelou ainda que no prelo já tem um novo livro de contos, a editar em Novembro, que resulta de um conjunto de histórias que escreveu para os seus filhos para que estes conseguissem estudar com outra motivação, por exemplo, o ciclo da água ou os géneros alimentícios.
Moita Flores discursou em Tomar contra “os profetas da desgraça”

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