uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Uma tarde de cavaqueira a recordar o passado

Uma tarde de cavaqueira a recordar o passado

Uma festa do improviso, com um punhado de boas histórias trazidas pelas gentes da terra. O mote estava dado para mais uma tarde de convívio, ao sabor de um chá, na Casa do Povo de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja. De uma aparelhagem portátil saía uma música tranquila que rapidamente levou as nove pessoas presentes a recordarem os bailaricos da terra e as travessuras próprias da juventude. “Durante os tempos do fascismo, quando se dizia que se vivia mal, não era bem assim. Lembro-me que na festa anual que decorria em Aveiras de Baixo se chegava a leiloar um copo de vinho por mil escudos (cinco euros)”, recorda Pedro Cariano. Em tempos idos, todos tinham um bom pé-de-meia e, em alturas de festa, não se coibiam de abrir os cordões à bolsa. Hoje, a alegria é menor, “as pessoas estão mais isoladas e já não conversam e passeiam tanto”. A Casa do Povo de Aveiras de Baixo, que já teve um centro de saúde, um posto de segurança social, aulas de judo, ginástica e mesas de ping-pong, uma banda de música, um grupo de rancho, de teatro e várias exposições, parece estar agora condenada à extinção. “Nos tempos que correm já não se vive muito para a comunidade e é muito difícil mobilizar as pessoas para participarem activamente nas actividades que se vão organizando”, nota a presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo, Maria de Lourdes Piriquito. A própria freguesia de Aveiras de Baixo, onde já existiu uma padaria, um restaurante típico e até uma barbearia parece estar votada ao esquecimento: “De momento, só temos cafés”, diz entre suspiros um dos presentes. A conversa terminou com um chá, alguns bolos e a promessa de mais uma tarde de convívio no futuro.
Uma tarde de cavaqueira a recordar o passado

Mais Notícias

    A carregar...