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Américo Pereira

Américo Pereira

56 anos, presidente da Junta de Freguesia de Junceira, Tomar

Nasceu na freguesia de Olalhas em 1954, é casado há 34 anos e tem dois filhos. Vive em Lisboa onde é inspector da Polícia Judiciária. Desde jovem que a política lhe correu nas veias mas confessa que esteve afastado durante muitos anos por se ter zangado com os políticos. Regressou em 2005, depois de um interregno de muitos anos, pelo movimento “Independentes por Tomar”. Em 2009 concorre à presidência da Junta de Freguesia da Junceira e ganha as eleições. Diz que trabalha para o bem-estar das pessoas. Não tem tempo para hobbies porque está envolvido na vida de quatro associações de Tomar. “Sou tomarense convicto de alma e coração”, diz quem faz do seu lema de vida a missão de bem servir.

Comecei no associativismo muito jovem. Sou presidente da Associação do Poço Redondo há 16 anos. Para além de ser uma colectividade de cultura e recreio tem uma componente social fortíssima. Foi a associação que se preocupou, por exemplo, com o alcatroamento das ruas ou com a construção de uma extensão médica. A associação acaba por congregar 98 ou 99 por cento da população do lugar. As pessoas também sentem necessidade de se associar para participar. Fui casar ao Poço Redondo, para onde venho todos os fins-de-semana. Só estou na junta às segundas-feiras porque sou inspector da Polícia Judiciária no centro de Lisboa. Viver em Lisboa foi apenas “um acidente de percurso”, porque sou um tomarense convicto de alma e coração. Ando sempre cá e lá mas quem se predispõe a estes cargos de servir a causa pública não pode vacilar.Iniciei-me nas lides políticas em 1972 com os movimentos estudantis. Quando se deu o 25 de Abril, muitos companheiros meus seguiram esse trajecto político mas eu mantive-me equidistante. Em finais de 1975 afastei-me por completo por verificar que os ideais que eu sempre defendi estavam a ser adulterados. É sempre dramático quando constatamos que as pessoas se servem da política para obter benefícios pessoais. Tive uma “recaída” quando surgiu o Partido Renovador Democrático (PRD). Erradamente acreditei que ainda havia pessoas sérias no mundo da política. Ser polícia nunca foi um sonho de infância. Há a ideia errada de quem está ligado à justiça são pessoas insensíveis mas isso não é verdade. Nós vivemos o drama das famílias. Entrei para a polícia em 1977 quando tive conhecimento que estavam a aceitar inscrições. O facto de ser chefe da Polícia Judiciária constitui uma mais-valia na minha vida autárquica. Quem lida como eu lido há anos com problemas sociais gravíssimos, com os bairros sociais de Lisboa e de outras zonas do país e com minorias éticas terá sempre uma sensibilidade maior do que quem não tem essas experiências.O ser humano é a mola real de qualquer sociedade. Candidatei-me à junta porque acredito que tenho um projecto diferente que assenta na componente social. A minha grande aposta passa por tentar enriquecer a vida autárquica da Junceira. Em 2005, falei com o Dr. Pedro Marques e com o Prof. Rosa Dias e acabei por decidir envolver-me mais uma vez num projecto político. Durante três anos fui deputado na Assembleia Municipal de Tomar e é nesse contexto que me decidi candidatar a presidente de junta. As freguesias não são um Deus menor. O que se procura na Junceira é criar uma sociedade a nível da freguesia que possa sentir-se feliz com as condições que a autarquia lhe pode dar. Costumo dizer que o alcatrão é importante mas o alcatrão não é tudo. Penso que o mais importante é atender cada reclamação do munícipe e resolver o seu problema ou canalizá-lo para resolução. Cada vez que há um problema temos que fazer parte da solução. É mais saudável e seguro viver na Junceira do que na cidade. Quando era adolescente Tomar era a cidade mais importante da zona centro. Hoje é apenas um lugar. Tinha uma região militar, três fábricas de papel, o grupo Mendes Godinho, serrações, carpintarias. Era uma cidade onde as pessoas se sentiam bem. É com muita tristeza que vejo que Tomar está a perder aos pontos com os concelhos limítrofes. Esbanja-se dinheiro como se fossemos os reis do petróleo. É preciso mudar senão corremos o risco de ficar na miséria social. Estou sempre a trabalhar. Não tenho tempo para hobbies mas convivo bem com isso. Sou casado e tenho dois filhos que já estão licenciados. A família é sempre cúmplice com os meus comportamentos. Para além da presidência da junta, estou envolvido em quatro associações o que me ocupa todo o tempo livre. Costumo dizer que as coisas valem sempre pela importância que nós lhe damos. Errar todos nós erramos. O importante é aprendermos com esses erros. Elsa Ribeiro Gonçalves
Américo Pereira

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