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Delegação regional do Instituto do Desporto está há três meses sem director

A mudança de instalações para Rio Maior visava dar mais importância à estrutura que agora está esquecida

Antigo director regional do Instituto do Desporto de Portugal, Luís Guedes, questiona se, perante a falta de um coordenador, vale a pena manter a Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo em funcionamento.

A Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) está há mais de três meses sem director. O anterior director regional, António Moreira, saiu do cargo por razões pessoais em 1 de Setembro deste ano e ninguém foi nomeado para o substituir. Para um antigo director desta estrutura, Luís Guedes, o que se está a passar é a prova de que o desporto é uma área cada vez mais com menos importância para os governantes, apesar de considerar que se houver vontade há muita coisa que pode ser feita nessa área. António Moreira, que saiu do IDP para ir dar aulas na Escola Superior de Desporto de Rio Maior, cidade onde está instalada a delegação regional, uma das maiores do país, apenas confirma a falta de um dirigente na estrutura. Mas Moreira, que é também presidente da concelhia de Rio Maior do PS, não quer falar sobre as razões que o levaram a sair nem quer comentar o facto de não ter sido nomeado um director para a delegação que abrange além dos distritos de Lisboa e de Santarém, também parte dos de Setúbal e Leiria. Uma situação caricata, uma vez que há três anos, com a nomeação de António Moreira, foi decidido transferir a delegação de Santarém para Rio Maior, por ser a cidade do desporto, com um moderno centro de estágio e uma escola superior, e foi-lhe dada uma maior área de abrangência. Luís Guedes considera que perante estas circunstâncias e a retirada de competências à estrutura desconcentrada se calhar não faz sentido mantê-la em funcionamento, uma vez que assim apenas tem tarefas meramente burocráticas. “Não existindo mecanismos de trabalho que não são apenas financeiros, a não existência da figura de chefia é contraproducente”, comenta Luís Guedes, acrescentando que se houver trabalho de formação e apoio aos clubes que “estão a atravessar dificuldades”, então um organismo coordenador a nível regional é importante. “O que se está a passar reflecte a importância que o desporto tem para o Governo”, realça. Luís Guedes explica que o papel do director regional do IDP pode passar por dar estímulos, criar mecanismos de apoio e dar reconhecimento aos clubes e dirigentes. Recorda que o distrito de Santarém tinha um papel preponderante no país ao nível das colectividades e “hoje não sabemos onde estão as suas actividades também por falta de dinamismo da delegação regional do desporto”. “O IDP quando foi criado era com o objectivo de incrementar a prática desportiva e agora é um organismo burocrático, de papéis”, desabafa. Segundo o site do IDP, a sua missão é a de “apoiar a definição, execução e avaliação da política pública do desporto, promovendo a generalização da actividade física, incumbindo-lhe, igualmente, prestar apoio à prática desportiva regular e de alto rendimento, através da disponibilização de meios técnicos, humanos e financeiros”. Entre as suas atribuições estão a de propor a adopção de programas que visem a integração da actividade física nos hábitos de vida quotidianos; propor medidas tendo em vista a prevenção e o combate à dopagem, à corrupção, à violência, ao racismo e à xenofobia no desporto; propor e executar um programa integrado de construção e recuperação dos equipamentos e das infra-estruturas desportivas, em colaboração com as autarquias locais, bem como pronunciar-se sobre as normas de segurança desportiva a observar na sua construção e licenciamento. Cabe também ao instituto assegurar a valorização e qualificação dos agentes desportivos e promover a realização de estudos e trabalhos de investigação sobre os indicadores da prática desportiva e os diferentes factores de desenvolvimento da actividade física e do desporto.

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