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Cremilde Brito

50 anos, auxiliar de limpeza, Valada, Ourém

“Quando se fala tanto em poupar, penso que gastar dinheiro em grandes iluminações é um exagero. Além disso, as pessoas deviam viver o Natal o ano inteiro e não apenas nesta altura”

Já comprou as suas prendas de Natal?Muito poucas. Ainda não tive disposição e são coisas que não gosto de comprar sozinha. Ainda não tivemos disponibilidade, mas já só faltam as prendas dos filhos.Este ano teve que cortar em alguma coisa nos presentes?Sim. Vou oferecer mesmo presentes muito simbólicos e até optar por coisas necessárias. Mas, no geral, já é uma norma minha. Guardo muitas vezes para esta altura do ano para oferecer aos meus filhos uma coisa que eles precisem. As prendas de Natal estão muito caras?Como não posso oferecer presentes caros, nem me dou ao trabalho de olhar para eles. Procuro sempre as coisas acessíveis. Mas no Natal conta sobretudo a família, os amigos, o estarmos todos juntos. As crianças de hoje são muito materialistas?Julgo que tem muito a ver com aquilo que lhes é transmitido. Se as crianças forem habituadas a não serem materialistas, elas vão crescer com essa consciência. Tem, no fundo, a ver com a educação que recebem. Se bem que existem filhos com a mesma educação e feitios completamente diferentes.O que pensa de se colocar iluminação de Natal nas ruas este ano?Devido à crise, acho que bastava uma coisa pequena, simbólica, uma coisa indispensável para se lembrar que é Natal. Quando se fala tanto em poupar, penso que gastar dinheiro em grandes iluminações é um exagero. Além disso, as pessoas deviam viver o Natal o ano inteiro e não apenas nesta altura.O que lhe parece o projecto “Fátima Cidade Natal”?A nível do comércio pode ter algum benefício, mas não sou a pessoa mais indicada para avaliar se vai trazer ou não vantagens. Se não houver nada de atractivo para as pessoas irem a Fátima por esta época, elas não vão. Assim existe um atractivo para virem. O que gostaria de ver melhorado no seu concelho?Ourém está muito mal em termos de actividades que convidem as pessoas a passar por aqui. Basta ver aos fins-de-semana, à noite, não há ninguém nas ruas. Não há atractivos, vai tudo para fora. Ourém morre à noite. Fazem falta actividades que tragam as pessoas para a rua. Junto ao cine-teatro não há praticamente nada. As pessoas perguntam por um restaurante, um lugar para comprar tabaco e não há quase nada.Por que é que não vai muita gente ao cinema a Ourém?A nossa sala já está um pouco fora das grandes salas de cinema que existem hoje. As pessoas também copiam os filmes em casa, às vezes mesmo antes de estrearem. Depois é como dizia: as pessoas saem daqui para ir ao cinema. E se vêm, saem porta fora e não há praticamente nada para se entreterem.2011 vai ser um ano tão difícil como dizem?Não sei, mas pelo que se diz vai ser muito mau. As pessoas já compram em grandes quantidades a pensar nos aumentos do próximo ano.

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