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Apoios para minimizar danos de temporal de Abril de 2008 só agora vão ser pagos

Apoios para minimizar danos de temporal de Abril de 2008 só agora vão ser pagos

Vítimas de vendaval nas zonas de Amiais de Baixo e Alcanena ainda estão à espera do dinheiro

Pessoas afectadas dizem que só acreditam quando virem o dinheiro. Ao todo estão ainda por pagar 91 mil euros.

O ministro da Administração Interna afirmou no dia 9 que vão começar a ser pagos os apoios pelos prejuízos de uma intempérie ocorrida no distrito de Santarém há cerca de dois anos e que rondam os 91 mil euros. Em Abril de 2008, um forte vendaval afectou parte dos concelhos de Alcanena, Santarém e Torres Novas, causando avultados prejuízos em habitações e empresas. O dinheiro começou a entrar nas contas dos lesados esta segunda-feira, 13 de Dezembro, apurou o MIRANTE.Rui Pereira deu essa garantia no final do Conselho de Ministros, após ter sido confrontado pelos jornalistas com atrasos no pagamento dos apoios às populações da freguesia de Amiais de Baixo, distrito de Santarém, que também foi atingida por um tornado.Segundo o ministro da Administração Interna, também em consequência dessa intempérie, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução prevendo uma estrutura “não muito diferente da que hoje foi adoptada” em relação aos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã.“A grande maioria das ajudas já foi paga, através do fundo de emergência que é titulado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil”, começou por referir. “Mas fui informado pelo secretário de Estado do Orçamento que, com a data de hoje, foi desbloqueado o pagamento dessas quantias”, salientou.De acordo com o ministro, na origem dos atrasos esteve o facto de haver uma obrigatoriedade de apresentação em simultâneo das candidaturas por parte de pessoas singulares. “Esse processo foi moroso. A estrutura de coordenação e controlo só acabou a apreciação em Janeiro deste ano e em Março o Ministério da Administração Interna enviou para o Ministério das Finanças esse processo, já que teria de haver uma transição de saldos das contas de 2009 e 2010”, justificou.“Só acredito quando vir o dinheiro”Na localidade de Canal, perto de Amiais de Baixo mas já na freguesia de Abrã, concelho de Santarém, onde várias casas ficaram danificadas em 2008, a população no sábado ainda não acreditava em promessas e não tinha esperança de vir a receber algum apoio pelos prejuízos. Era o caso de Maria Marques, doente oncológica, que na altura da tragédia estava a ser operada no hospital. Ficou com vários estragos na sua habitação, que conseguiu arranjar com o dinheiro que ela e o marido, ambos reformados, tinham amealhado ao longo da vida. Mas na segunda-feira recebeu o apoio prometido.Conceição Galvão que ficou sem telhas no telhado e viu destruído o barracão onde tinha vários animais, já perdeu a conta aos contactos e às vezes que teve que se deslocar ao Governo Civil de Santarém por causa das ajudas prometidas. Já para não falar na papelada que teve que preencher no muito curto prazo que foi dado, para que depois o Estado tenha demorado mais de dois anos para resolver o assunto. Gastou 3.500 euros mais as despesas com deslocações. “Na altura disseram que éramos todos contemplados, que íamos ser ajudados, mas os dias foram passando e nem um cêntimo chegou até nós”, dizia.Em Julho do ano passado (edição de 30 de Julho de 2009) o chefe de gabinete do governador civil de Santarém, Carlos Catalão, reconhecendo que o prazo para concessão dos apoios “ultrapassou tudo o que era expectável”, dizia que o processo de desbloqueamento do dinheiro dependia de um despacho conjunto dos ministérios da Administração Interna e das Finanças. O ministro da Administração Interna já cumpriu essa formalidade, faltando a assinatura do ministro das Finanças. Carlos Catalão disse há mais de um ano ao nosso jornal esperar uma solução para breve.
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