“Também há 30 anos se viviam tempos difíceis” recordou Jorge Santos durante a sua intervenção na entrega de certificados do Centro de Novas Oportunidades da Insignare – Associação de Ensino e Formação de Ourém que decorreu no dia 7 de Dezembro. O aluno, que nunca conseguiu “digerir” bem o facto de ter abandonado a escola na sexta classe, quis voltar a estudar e qualificar-se para poder subir profissionalmente. “Nunca pensei em desistir”, apesar de ser difícil conciliar o curso com as actividades do dia-a-dia. “Hoje sinto-me mais culto e a contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, afirmou.Jorge Santos foi um dos 283 novos certificados das Novas Oportunidades que subiram ao palco do Cine-teatro de Ourém para receber o diploma. Dos que usaram da palavra, ficou o reconhecimento por se valorizar a experiência de vida de cada um na obtenção do 9º ou 12º ano. “Significa que o percurso da minha vida tem muita coisa significativa”, referiu Aurélio Frazão, que completou o secundário. Já Sandra Frazão destacou que “com este processo tive a oportunidade de reviver o passado e sonhar com o futuro. Vai contribuir para ter mais oportunidades a nível profissional”.O director executivo da Insignare, Francisco Vieira, lembrou os tempos de crise e que o Centro de Novas Oportunidades “prepara-se para entrar em 2011 enfrentando todas as dúvidas decorrentes da actual situação económica que vivemos”. “Temos partilhado estas dúvidas com aqueles que connosco trabalham, temendo que o exemplar cumprimento das metas, em qualidade e quantidade, não sejam factores suficientes para garantir a continuidade desta imprescindível actividade. Seja qual for a decisão a tomar pelas entidades com competência e responsabilidade nesta área, a Insignare tem plena consciência do dever cumprido”, disse Francisco Vieira.Em representação da Câmara de Ourém, a vereadora Lucília Vieira destacou que a Insignare “tem tido um papel importante” na formação pelas Novas Oportunidades no distrito e “tem sido pioneira em qualidade e rigor”. “Na realidade que vivemos cada vez mais é preciso rigor”. “Nesta altura que tanto se apregoa a crise temos que encarar o futuro com optimismo”, referiu a autarca. O diploma é apenas o princípio. “Também aqui adquirimos um conjunto de competências que depois devemos colocar em prática”, reforçou.Entre os adultos certificados contavam-se ainda 19 formandos que receberam certificação no curso EFA nível 2 de Empregado de Mesa.