uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Se a sua mãe insiste em oferecer-lhe peúgas não faça má cara porque é Natal

Lenços, cuecas e peúgas continuam a ser a maior praga a nível de prendas de Natal. Mas pode haver coisas bem piores nos sapatinhos de cada um. Leia algumas confissões sobre um dos momentos mais esperados da noite de Natal.

Teresa Tapadas, Fadista“A coitada da avó pôs-me duas bananas no sapatinho” Teresa Tapadas não esquece o Natal em que a avó lhe pôs duas bananas no sapatinho. “Ela era do tempo da Grande Guerra. De uma altura de muitas privações. Como eu comia sempre duas peças de fruta à refeição deve ter pensado que eu ia gostar. Eu tinha oito anos e devo ter feito uma daquelas caras feias. Ainda hoje não consigo disfarçar. Felizmente a minha mãe estava por perto e só com um olhar impediu-me de dizer ou fazer algum disparate”, conta. “Agora acho engraçado mas, para uma criança, receber duas bananas é dramático. É bem pior que receber peúgas ou cuecas”, dia a rir. Teresa Tapadas já deixou no correio a carta que a filha Beatriz (faz sete anos no dia de consoada) escreveu ao Pai Natal e confessa que “acha” que não vai resistir a oferecer-lhe o gatinho “de verdade” que ela pediu.Paulo Moura, actor Companhia Teatro Fatias de Cá“Se me quiserem dar uma prenda dêem-me um saca-rolhas de qualidade”Foi preciso O MIRANTE telefonar e questioná-lo sobre o assunto para Paulo Moura se dar conta que não recebe prendas de Natal há muito tempo. “Sou um desgraçado, ninguém me oferece nada”, brinca. “Nem as tradicionais meias e cuecas”, acrescenta. “Em casa não recebo presentes. Apenas a minha mãe me dá muitos beijos”. Diz que em criança nunca teve uma prenda de que não tivesse gostado e que agora, se recebesse alguma coisa horrível, utilizaria os seus dotes de actor para disfarçar o melhor possível, por uma questão de educação. Se este Natal alguém quiser colocar um presente no sapatinho de Paulo Moura ele agradece muito um saca-rolhas de grande qualidade. “Não preciso de mais nada, só um bom saca-rolhas para abrir as garrafas de vinho”, pede.João de Carvalho, vereador PSD Câmara Municipal Vila Franca de Xira“Não gosto que me ofereçam lenços e peúgas”João de Carvalho confessa não ser muito exigente no que toca a prendas de Natal e também não guarda más memórias dos presentes recebidos pelo Natal. “Não gostava de receber roupa, preferia os brinquedos”, lembra. De criança recorda apenas o ano em que um familiar faleceu na época de Natal. “Foi um presente muito triste e que me marcou”, lamenta. Ofertas de lenços e peúgas dispensa. “São adereços demasiado pessoais que gosto de ser eu a escolher. É difícil acertar naquilo que eu realmente gosto”, explica, acrescentando que aquilo de que realmente gosta é de relógios. Confessa ainda que gosta mais de receber prendas nos aniversários do que no Natal. “No Natal prefiro dar. Gosto de ver as caras de alegria e surpresa de quem recebe”. Este Natal gostava de ter a chave do euromilhões. “Tenho a certeza que ia fazer muita gente feliz”, garante.Rui Salvador, cavaleiro tauromáquico“Uma prenda é sempre uma prenda mesmo quando não tenha grande utilidade” Rui Salvador não consegue eleger a pior prenda de Natal que já recebeu. Nem a melhor. Tem a certeza que em criança deu mais importância a uns presentes e ficou desiludido com outros, mas nada de relevante que ficasse retido na sua memória. Para o cavaleiro tauromáquico o melhor do Natal não é a troca de prendas mas a reunião familiar. “Gosto de receber qualquer tipo de prenda mesmo que não tenha utilidade ou não goste muito mas acima de tudo gosto que me dêem carinho. Estar rodeado da minha família, com bom humor e todos com muita saúde é o que desejo”, diz a O MIRANTE. “Os meus filhos vão crescer e depois já não ao tenho tão perto de mim como até agora e quero desfrutar ao máximo da sua companhia. Não há nada melhor do que ter os meus pais e os meus filhos perto de mim”, confessa.Luísa Portugal, directora Agrupamento de Centros de Saúde Lezíria II“As piores prendas são aquelas que já sabemos que vamos receber”Para Luísa Portugal as piores prendas são aquelas que já sabe que vai receber. E há também as chamadas prendas para a casa que ela dispensa, principalmente as prendas para a cozinha. “Se são para a cozinha não são para mim!”, declara. Não se lembra de nenhuma prenda que tenha recebido enquanto criança, que tenha odiado. Considera que se alguém lhe oferece uma prenda é porque a estima e valoriza o gesto. Apesar de gostar de surpresas não se inibe de fazer um pedido ao Pai Natal. “Este ano gostava de passar uma tarde num SPA onde tivesse direito a massagens. Seria um prazer poder estar umas horas sem pensar em nada. Desligar do trabalho e do mundo exterior”, confessa.Graça Nunes, directora do Museu Municipal de Vila Franca de Xira“A pior coisa que me podem dar são velas aromáticas”Não ofereçam velas aromáticas a Graça Nunes. A probabilidade deste tipo de presentes ficar escondido numa prateleira lá de casa é grande. A directora do Museu Municipal de Vila Franca de Xira diz que é alérgica aos cheiros. Graça Nunes não se lembra de nenhum presente suficientemente mau para lhe ficar na lembrança. Quanto a outros que não lhe enchem as medidas tenta não demonstrar a falta de entusiasmo. “Se as pessoas se dispõem a oferecer-me presentes é porque me estimam e gostam de mim e não merecem que eu mostre um ar enfadado. O que conta mesmo é o carinho com que se oferece e a intenção”, justifica. O que mais gosta do Natal é da reunião da família. Orlando Ferreira, Administrador Rodoviária do Tejo“A minha mãe continua a dar-me meias mas eu agora valorizo tudo”Em criança Orlando Ferreira sonhava receber uma bicicleta no Natal. Em vez disso recebia meias, cuecas e outra roupa. “Eu achava que não era justo. Mas depois cresci e percebi que os meus pais me davam o que podiam dar e não o que gostariam de me dar”, diz. O mais perto da bicicleta foi um cavalinho de madeira. Hoje dá valor a todos os presentes. Mesmo às meias que a mãe faz questão de lhe continuar a oferecer. “Posso exclamar ‘outra vez meias’, mas não desvalorizo. Para este Natal o administrador da Rodoviária do Tejo deseja apenas saúde para a sua família.

Mais Notícias

    A carregar...